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Existe “idade certa” para fazer uma mudança de carreira?

Adriana Gomes
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Quem planeja mudar de carreira deve ter reserva financeira e fazer planos e investimentos de médio prazo, de cerca de três a cinco anos pelo menos

As dúvidas e insatisfações profissionais costumam ser periódicas, com altos e baixos ao longo da vida. Posso falar isso com alguma certeza pois há mais de 30 anos oriento profissionais em suas carreiras.

Há períodos em que a insatisfação é resultado da falta de desafios, outras por conta de uma liderança que não atende as expectativas e nos frustra, outras por conta de salário ou por falta de percepção de qualidade de vida entre outros. Os motivos das insatisfações são muitos e podem ser passageiros ou resolvidos, em muitas situações, com a mudança de emprego, não necessariamente com a mudança da carreira.

Os casos de mudança de carreira costumam ser muito mais intensos e estão relacionados com a perda de sentido com o que faz.

Os sintomas dessa perda de sentido se refletem na sensação de precisar se arrastar para o trabalho todos os dias, vivendo apenas para o final de semana.

Outro sintoma comum é o quando a pergunta: “O que eu estou fazendo aqui?” surge com frequência, durante as horas de trabalho, em reuniões ou com clientes.

Nesses casos, a tensão pode acabar afetando outros fatores, como a saúde física, mental e o bem-estar, podendo se transformar em depressão, síndrome do pânico ou outras somatizações. Dessa maneira, a mudança de carreira se torna uma necessidade não apenas uma opção.

Não há idade certa para que esses sintomas surjam e vai depender muito da resiliência de cada um para lidar com essa situação de desconforto. Também não há idade certa para mudar de carreira.

A boa notícia é que a expectativa de vida está aumentando e segundo especialistas em carreira e futuro das profissões (e me incluo nesse grupo), o entendimento de carreira está mudando e certamente uma pessoa terá muitas experiências profissionais ao longo da sua vida e a soma dessas experiências diversas será entendida por carreira e não apenas as experiências em uma única direção, a partir da graduação.

As formações poderão ser diversas e não apenas a graduação formal, que conhecemos hoje. Microcertificações atreladas a aplicação desses conhecimentos serão consideradas válidas para o mercado de trabalho. Muitas profissões surgirão e estão surgindo. Habilidades humanas ou competências comportamentais aliadas a domínio de aplicativos e tecnologia permitirão que muitas novas atividades profissionais sejam desempenhadas por profissionais de diversas idades.

Quem planeja mudar de carreira deve ter reserva financeira e fazer planos e investimentos de médio prazo, de cerca de três a cinco anos pelo menos. Mudanças na vida e troca de profissão não são fáceis, mas são possíveis e muitas vezes necessárias.

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Adriana Gomes

Professora e coordenadora da Integração Nacional das áreas de Carreiras da ESPM. É orientadora de carreira com mais de 25 anos de experiência na área. Há 17 anos à frente do site e da Consultoria em Gestão Estratégica de Carreira e Desenvolvimento de competências para liderança e gestão www.vidaecarreira.com.br.

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