Ecossistema de startups. Você certamente já ouviu falar sobre isso. Mas quem são os agentes nesse ambiente e qual a função de cada um deles? É o que nos explicou Leticia Menegon, professora e coordenadora do Centro de Desenvolvimento de Empreendedorismo da ESPM SP.
De acordo com a especialista, o ecossistema é formado por diversos agentes que alimentam o ambiente empreendedor. Ela cita, por exemplo, empresas, instituições financeiras, universidades e instituições governamentais que fomentam o empreendedorismo. “Quando falamos em ecossistema, estamos falando desses agentes trabalhando em conjunto ou não, mas se complementando nesse ambiente empreendedor, dando um suporte maior às startups”.
Algumas empresas incentivam o empreendedorismo com programas de aceleração e a criação de coworkings, onde startups, investidores e mentores se conectam. “É o caso do Bradesco com o inovabra habitat, o Itaú com o Cubo e o Google com o Google Campus.”
Segundo a coordenadora da incubadora de negócios da ESPM, organizações sem fins lucrativos também têm um papel importante no ecossistema de startups. Ela cita como exemplo a Endeavor, organização global que apoia empreendedores de alto impacto. Outra instituição mencionada pela professora é o Sebrae, entidade privada que apoia pequenas empresas e microempreendedores individuais.
Muito ajuda quem não atrapalha
A burocracia e a alta carga tributária são entraves para o empreendedorismo no Brasil. Para Menegon é papel do governo facilitar os negócios e regular o setor. “O papel do governo é definir até onde cada um pode ir e estabelecer leis próprias para que as startups não morram na mesma burocracia da uma empresa multinacional.”
Assim nascem os unicórnios
Menegon lembra que com o apoio dos agentes de um ecossistema, as startups têm muito mais chance de crescerem. “As empresas que participam desse ecossistema com certeza têm muito mais chance de virarem unicórnios [avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais] do que as empresas que não fazem parte desse ecossistema”.
Players conectados
Jorge Pacheco, fundador e CEO do hub de inovação State, palestrou em novembro de 2019 no Future Summit, na ESPM, em São Paulo. Segundo ele, um ecossistema precisa de três características principais: talentos, capital e um ambiente favorável para conexões e negócios.
O especialista também explicou o papel fundamental de cada integrante desse ecossistema:
Escolas e universidades: formar talentos
Empreendedores: criar soluções para problemas e demandas e ajudar outros empreendedores
Hubs e incubadoras: pontos de conexão e desenvolvimento
Corporações: fomentar pesquisa e dar escala a negócios
Investidores: permitir acesso ao capital e fomentar startups assumindo riscos que muitas vezes outros não querem
Governo: reduzir burocracia, regulamentar (preparar o campo para startups se desenvolverem) e estimular investimento. Fornecer espaços públicos ociosos e atrair instituições de ensino