fbpx
LOADING

Digite para procurar

Bitcoin: um convite sedutor

Paula Sauer
Compartilhar

Ao fazer uma aplicação financeira, é inegável a importância de se saber onde está sendo feito o investimento, mas tão importante quanto isso, é saber o que se espera desse investimento

O Bitcoin é uma moeda digital descentralizada, que pode ser operada independentemente de uma instituição financeira, de um banco ou até mesmo de um país. Atualmente, é a mais famosa das criptomoedas, e a sua extrema valorização é um convite sedutor. Até o final do mês de julho, por exemplo, a valorização da moeda chegou a 300%, enquanto o Ibovespa acumulou no mesmo período rentabilidade de 15,84%.

Impossível não chamar a atenção, inúmeras pessoas são seduzidas pela possibilidade de obter grandes retornos em curtíssimo prazo. Para se ter uma ideia, no Brasil, o número de investidores em criptomoedas já superou o número de investidores na Bolsa de Valores. Estima-se que já sejam mais de 2 milhões de investidores.

As pessoas não entendem muito bem o que está acontecendo, o que é exatamente essa modalidade de investimentos, qual é o lastro das criptomoedas, mas se está “todo mundo entrando”, não se pode ficar de fora. Na natureza, é o tradicional “corre primeiro e pergunta depois”, quem viu O Rei Leão sabe bem do que estou falando.

Esse comportamento bastante comum no mercado financeiro, que é bastante estudado em finanças comportamentais, está relacionado a um viés comportamental chamado efeito manada, que possui uma carga emocional muito grande.

Investir para quê?

Ao fazer uma aplicação financeira, é inegável a importância de se saber onde está sendo feito o investimento, mas tão importante quanto isso, é saber o que se espera desse investimento.

Qual é o objetivo do investidor ao aplicar um recurso financeiro? O que ele espera fazer com esse dinheiro aplicado e sua rentabilidade? Quanto tempo esse recurso pode ficar aplicado?

Sabendo-se que é um ativo extremamente volátil, – que pode, por exemplo, render em 24h 20% e perder 50% no dia seguinte –, como o investidor reage a essa oscilação de preços? Quanto esse recurso investido representa do patrimônio do investidor? Em caso de uma queda grande no preço do ativo, como se comporta esse investidor?

Compra mais porque está barato, ou some e nunca mais quer ouvir falar desse assunto? São questões extremamente importantes.

Para o investidor:

  • Para experimentar, invista uma quantidade de recursos que não te deixe de cabelos em pé ou noites sem dormir em caso de perda. Dê preferência, esse recurso não deve ter um destino, ou um objetivo de curto prazo, pois caso você precise converter o bitcoin em reais de uma hora para outra, corre-se o risco de precisar vender o ativo em um momento de baixa.
  • Estipule uma quantidade máxima de dinheiro que você pode perder, e de maneira alguma fuja dessa regra.
  • Bitcoin se compra de duas formas, através de corretoras de bitcoin (e outras criptomoedas), ou através de outra pessoa (P2P) dica: deixe para fazer isso quando você tiver mais experiência nesse mercado, de qualquer forma, entenda as duas possibilidades antes de efetivar o processo. Observe: tempo de mercado, transparência e reputação. Prefira corretoras com CNPJ.
  • Tome cuidado com as pirâmides, que buscam novos participantes com promessas de retornos mirabolantes. Se prometer rendimentos fixos, corra!
  • Independentemente se você vai comprar bitcoin para especular, fazer transações ou simplesmente guardar suas moedas e esperar valorizar, entenda como funcionam as carteiras e escolha o tipo mais adequado para você, aquele que te traga mais segurança. Elas podem ser físicas, de papel, como um certificado, estar no celular ou no hardware de um computador. Faça um backup das senhas, guarde as em lugar seguro, no computador, ou mesmo anotada e guardada em segurança. Lembre-se: caso você perca as chaves de segurança, você perde o se recurso, não adianta “nem choro, nem vela”!
  • Entenda que não é tudo notícia ruim, mas é um investimento de alto risco, novo. É preciso conhecer o terreno antes de fazer investimentos com valores significativos.

Até a próxima!

Tags:
Paula Sauer

Economista e Planejadora financeira, que atua no mercado financeiro desde 1997. É mestre em finanças comportamentais. Atualmente doutoranda em Comportamento do Consumidor na ESPM. É professora na ESPM, onde ministra aulas em cursos de graduação e pós graduação.

Deixe um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *