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Semana de 4 dias de trabalho: veja como funciona em uma empresa que já adotou

Carolina Ferraz
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Saiba mais sobre o tipo de organização de trabalho que tem conquistado empresas e provocado discussões ao redor do mundo 

Além das discussões sobre os modelos híbridos que algumas empresas têm adotado por conta da pandemia de covid-19, outra pauta que também tem chamado a atenção do mercado é a semana com apenas quatro dias de trabalho. Esse tipo de jornada já pode ser encontrado em países como a Islândia, Nova Zelândia, Japão e Espanha. 

No Brasil, algumas instituições também já se mobilizaram para fazer tal mudança. Entre elas, está a Crawly, uma startup mineira que trabalha com tecnologia e análise de dados. Para saber qual é a opinião de quem já adota esse modelo na prática, a equipe do Trendings conversou com Thiago Veloso, head de marketing da Crawly. 

O que muda e como funciona

De acordo com a legislação brasileira, a jornada de trabalho deve cumprir uma carga horária de oito horas diárias e 44 horas semanais. Cabe a cada corporação decidir o que fazer, conforme os seus interesses. A única regra é não ultrapassar esse limite – o que também se aplica para a jornada parcial. Na Crawly, Veloso explica que sempre foi dessa forma e que a única diferença está no número de dias de trabalho. Não houve reajuste salarial. Caso isso seja necessário, é preciso fazer uma negociação com o sindicato. 

“Desde o início foi assim para o time de desenvolvimento. No último ano, levamos o modelo para outras áreas da empresa. Aqui na Crawly, temos essa prática de quatro dias por semana de trabalho para todos os colaboradores, exceto a diretoria, que trabalha normalmente os cinco dias da semana”, afirma. “A única diferença é que, na sexta-feira, o pessoal não trabalha. Isso não interfere em nada nas questões trabalhistas”, diz. “Esse fato de ter um dia a menos é um acordo entre a empresa e o funcionário”, completa. 

Finalidades

O principal objetivo desse tipo de modelo é contribuir para a melhora da produtividade dos funcionários em prol de um bem-estar profissional. Segundo uma pesquisa publicada pelo International Workplace Group (IWG), em 2019, 83% dos profissionais são mais produtivos em uma rotina flexível. “Adotamos esse formato, porque acreditamos que o colaborador precisa ter uma previsibilidade para realizar suas tarefas e resolver problemas externos. Com isso, sua carga emocional e preocupações ao longo da semana são direcionados para esse dia off, proporcionando um maior foco na qualidade de entregas e alinhamento à cultura da empresa”, comenta. 

Veloso também acrescenta que esse tipo de organização pode se tornar uma tendência uma vez que a preocupação com a saúde mental tem se tornado uma pauta cada vez mais frequente no ambiente corporativo. “Isso tem sido uma preocupação dos profissionais de hoje. Você tem que aproveitar um pouco de cada vez, precisa ter a sua saúde mental, a sua saúde física, e esse tipo de benefício pode ser cada vez mais valorizado por profissionais que procuram oportunidades nas empresas”, adiciona. 

Vantagens e desvantagens

Muito além de contribuir para o bem-estar dos funcionários, a semana de quatro dias de trabalho também pode promover uma maior produtividade dos funcionários, diminuir despesas e reduzir o absenteísmo (falta de assiduidade). Por outro lado, o profissional destaca que, entre as desvantagens desse tipo de modelo de trabalho, está o fato de que nem todos os setores conseguem se adaptar a ele. “De negativo, o que pode acontecer é eu, por exemplo, que sou do marketing, ter uma ideia e não poder conversar com o meu time no dia em que eles não estão na empresa. Mas não que isso traga algum tipo de malefício para o planejamento, porque a gente pode conversar na segunda-feira”, reflete. 

“Não deve ser uma decisão tomada de forma precipitada, acredito que a experiência que tivemos com o time de desenvolvimento, antes de adotar a estratégia para a empresa como um todo, foi fundamental para entender o que funciona e o que não funciona. A dica que eu tenho é entender se a cultura da empresa e dos funcionários suporta uma decisão do tipo, e o teste em um setor específico pode ser fundamental para responder essa pergunta”, recomenda. 

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Tags:
Carolina Ferraz

Repórter do Trendings

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