Ao longo de minha carreira de mais de 40 anos, conheci dezenas de cursos, consultorias e métodos que se arvoram a capacidade de ensinar “como administrar seu tempo”. Eu mesmo fui testemunha ocular (e auricular, sensorial…) de vários deles, regiamente pagos por meus empregadores. O que aprendi com eles? Que ninguém sabe a resposta.
Antes de me apedrejarem virtualmente, permitam-me explicar. O maior problema desses programas, técnicas e métodos milagrosos é que eles colocam 110% do peso nas costas de nós, individualmente. Dessa forma, eliminam da equação tudo o que nos cerca: o trânsito, a chuva, o metrô que quebra e, principalmente, o entorno profissional.
E o que seria esse entorno? Anote aí: nossos colegas, que nos interrompem ou puxam papo para falar de algo (nem sempre) importante, nossos chefes, que pedem coisas (nem sempre) urgentes que não estavam no scripit (ou na agenda), as reuniões (nem sempre) indispensáveis que conseguem o feito de resolver apenas quando será a próxima (nem sempre) indispensável reunião.
Mas na vida pessoal também temos esses impactos. Ou você vai deixar de socorrer ou dar atenção a alguém da família ou um amigo em troca da “hora de comprar cenoura”? Ou vai explicar para um filho que, agora, não é hora de chorar, mas de varrer o chão do banheiro?
É nisso que baseio minha visão (não espero que concorde comigo, mas tenha desistido das pedras…). Claro que algumas coisas ensinadas fazem todo o sentido:
Bem, pensando bem, por mais que eu tenha começado o texto negando o poder dos passos para organizar seu tempo, acabei eu mesmo tomando o seu com regras a seguir.
Espero ter feito seu tempo nesta leitura ter valido a pena…