Meta/Facebook demite 13% de seus funcionários, ou 11 mil profissionais. Twitter, outros 3.700. E outras “big techs”, mesmo sem a mesma exposição, igualmente enxugam seus times. A face pública dessa hecatombe trabalhista no mundo da tecnologia, em ambos os casos, é o tal “equilíbrio entre receitas e despesas” – diante de um mercado publicitário que vem perdendo fôlego, mesmo que o comércio eletrônico mostre que ainda aguente 100 metros rasos com folga.
Como se chegou a isso? Sei que a resposta já entrou para a lista dos temas “não quero nem ouvir mais falar sobre isso”: pandemia…
Da mesma forma que ela fez saltar de forma exponencial os lucros, com todo mundo vivendo 110% de suas vidas online (trabalho, escola, compras, lazer…), a pandemia deixou um rastro de inflação, alta de juros e saturação dessas empresas por parte de seus usuários – que ainda contam com uma infinidade de novas soluções concorrentes surgidas exatamente nesse período.
Resumindo: houve um excesso de otimismo que desconsiderou os efeitos desses dois últimos anos. E quantas empresas, fora do universo tech, sofreram com essa cegueira? E quantas que, mesmo notando de antemão as nuvens carregadas, sofrerão com as intempéries? Difícil de responder.
O fato, porém, é que, sempre que há grandes demissões começando pelas grandes, seja de que área for, o mercado fica inundado por profissionais gabaritados que ficam à disposição – e geralmente dispostos a trabalhar por salários menores e até com menos benefícios. Ou seja: é quase uma prova de que o bater das asas de uma borboleta na Amazônia pode causar tempestades na China. Nesse caso, a borboleta parece ter batido asas no Silicon Valey…