Aposentadoria, no Brasil, sempre foi um tema tipo “fio desencapado”. O sistema oficial para o setor privado sempre primou por uma certa crueldade com quem contribui – ou seja: todo mundo que tem, teve ou terá um trabalho com carteira assinada.
À parte a grande variedade de regimes, que levam em consideração pequenas alterações no sistema ou “pedágios” criados pelos governos dos últimos 25 anos, o que vimos na última grande reforma certamente complicou um pouco mais as coisas para quem já estava no sistema. Por exemplo, o aumento da idade mínima, mesmo que cumprido o tempo previsto de contribuição, empurra para a frente a possibilidade de obtenção do benefício máximo prometido lá atrás.
Também ficou mais complicado para quem está ingressando agora no sistema, depois de formado e com seu primeiro registro em carteira (afinal, mesmo chegando na ativa até os 65 anos, talvez o tempo trabalhado não garanta o benefício máximo).
Qual a saída?
Quando no governo de Fernando Henrique foi permitida a criação de sistemas de previdência privada, que se consolidaram nos governos seguintes, o recado era claro: a ideia é a de desencorajar a adesão ao sistema oficial e incentivar a adesão ao sistema privado (que engordaria o recebido pela aposentadoria oficial). Problema resolvido, não? Não…
Não haveria problema, se vivêssemos em um país tão desigual ou em que, depois dos 45 ou 50 anos, profissionais são vistos como carta fora do baralho do mercado de trabalho. Ou seja: para os trabalhadores com menor renda ou para os mais velhos, a impossibilidade de cumprir à risca um plano privado resume a ideia a uma miragem.
O que fazer, então?
Entenda que a carreira, na maioria das vezes, é como uma montanha: você vai encarar uma subida íngreme exatamente quando tem mais energia e vontade por um bom tempo. Aproveite esse momento (e o fôlego) para investir numa previdência privada desde o início: programe quanto e com qual idade quer começar a receber o benefício e programe-se para fazer com que cada etapa da subida da montanha represente um aumento no quanto vai investir.
Claro que, no começo da carreira, seu salário não será tão alto – mas geralmente seus gastos também não são. Porém mesmo quando os gastos aumentarem, o natural é que seus ganhos sejam maiores.
Quando começar?
Não dá para voltar no tempo – por isso, nem vou dizer que o ideal é começar lá aos 16 anos. Com 25 ou 30, ainda dá tempo, desde que você se programe para investir inicialmente com o máximo que puder para, quando chegar lá nos 45 ou 50, poder diminuir o montante mensal – ou seja, quando sua carreira talvez não esteja tão na ascendente, assim como sua energia e seus ganhos.
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