Inovação

8 dicas para quem quer inovar

O que é inovação? Que tipos existem? Como ser inovador? Quem responde é o Coordenador da pós-graduação Certificate em Criatividade, Experiências & Comunidades da ESPM

Inovar. Eis uma palavra que é como a cenoura pendurada numa vara à frente do coelho que corre para alcançá-la. A imensa maioria das empresas quer inovar – mas será que sabem o que é e como ser inovador?  
 
“Entender a inovação é entender como você muda o jogo. Não é sobre o que você está criando, é sobre o que a sua audiência fala sobre aquilo que você criou. É ela quem diz se é ou não inovador”, afirma Thiago Gringon, coordenador da Pós-Graduação Certificate em Criatividade, Experiências & Comunidades da ESPM. Ele recebeu o #Trendings para falar sobre inovação e entregar 8 dicas sobre o tema. 

O que é inovar

Durante uma apresentação da Apple décadas atrás, o CEO Steve Jobs mostrou um telefone celular, um computador com acesso à internet e um iPod e destacou suas funcionalidades. Depois perguntou ao público se tinham entendido que os três produtos eram, na verdade, apenas um e em seguida explicou o conceito do smartphone – equipamento 3 em 1 que literalmente mudou a vida das pessoas em praticamente todo o planeta.  

“O conceito de tudo no celular já existia, mas não estava no imaginário. Jobs cria o iPhone e muda o jogo com algo inovador, explica Gringon”. Hoje, o gadget da Apple não é mais inovador. É um produto comum, fabricado por diversas empresas e que passa por atualizações.  

Tipos de inovação

Embora o mercado defina que existem três tipos de inovação – radical, incremental e disruptiva – Gringon revela que não se baseia nessa cartilha. “A inovação mesmo é disruptiva, de saltos quânticos, o resto é criação. Olhar para um produto e melhorar fazendo versões é incremental. Inovação incremental é marketing, é mais encantador e fácil dizer que sou inovador em vez de dizer que sou criativo”.  

O professor explica que segue as ideias Ken Robinson, autor do livro Libertando o Poder Criativo, que defende o ciclo da criatividade composto por imaginação, criação e inovação. Nessa roda, a pergunta inicial é questionar onde começa a inovação e descobrir que se origina na imaginação de visualizar como o mundo vai ser daqui a muitos anos.  

Steve Jobs antevia o que aconteceria nas próximas décadas baseado na futurologia e não nas tendências de mercado. Afinal, inovar não é tentar ser diferente em uma tendência. É apresentar algo totalmente novo – aqui vale abrir um breve parêntesis para explicar que inovação radical é o que o Airbnb fez: oferecer uma nova modalidade de hospedagem na casa de pessoas comuns. 

Dá para inovar sempre?

Uma empresa não consegue inovar 100% do tempo. Uma marca traz uma novidade hoje e amanhã a concorrência e o público já entenderam o produto. Por isso, Gringon frisa que as corporações não têm obrigação de ser inovadoras, mas de fazer um bom produto ou serviço, olhando para questões globais pertinentes, como impactos ambientais e sociopolíticos.  

Como se tornar uma pessoa inovadora

Confira 8 dicas de Thiago Gringon (a última é a mais importante): 

  1. Ouça seu público, pois é ele quem sinaliza se a sua criação é ou não inovadora.
  1. Se pergunte se está mudando várias dimensões e reconfigurando o mercado com a sua criação. A Uber não mudou a mobilidade, mas a Apple mudou nosso jeito de usar celular.
  1. Uma inovação cria, dita e educa novos comportamentos. O iPhone treinou a sociedade a entender o que é e como usar um app.
  1. Consumir livros, séries e filmes de ficção científica ajuda a imaginar novos futuros e cenários, e a pensar em como será o mundo daqui 10 ou 25 anos e como as pessoas estarão se relacionando com produtos possíveis.
  1. Em vez de frequentar seminários sobre inovação, que são pautados pelo que já está posto e sendo criado, vá a eventos mais fora da caixa como a CCXP.
  1. Séries asiáticas, animes e doramas têm estrutura narrativa diferente da ocidental e abrem caminhos de acesso a outros imaginários. “Vá atrás daquilo que você não entende”, recomenda Gringon.
  1. Observe as novas estruturas e narrativas de coisas de entretenimento que você já conhece, como as produções dos estúdios Disney, que estão mudando e trazem uma nova relação de marca com o imaginário.
  1. Pense em como seria o mundo sem alguns produtos – já imaginou a vida sem a máquina de lavar roupas? – e o que existiria para suprir essas necessidades, que pode ser tão diferente e inovador.

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Roberta De Lucca

Jornalista colaboradora do Trendings.

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