Negócios

Conheça o movimento Capitalismo Consciente

Entenda essa mobilização global que está levando as empresas a repensarem o capitalismo e a sua relação com o ESG

O capitalismo consciente é uma mobilização global que busca promover práticas empresariais que gerem valor para todos os envolvidos além do aspecto financeiro. Segundo o Instituto Capitalismo Consciente no Brasil, o movimento se ancora nos princípios de propósito maior, cultura consciente, liderança consciente e orientação para stakeholders, criando valor em diversas dimensões – intelectual, físico, ecológico, social, emocional, ético e espiritual – e beneficiando todas as partes interessadas no negócio sem prejudicar a geração de lucro para investidores e acionistas.

Como resultado, as empresas atuam de forma diferenciada em mercados muito competitivos encantando clientes, engajando colaboradores, respeitando fornecedores e o meio ambiente de forma ética e sustentável.

O tema foi abordado no episódio 51 do Lifelong Cast, podcast da ESPM sobre o futuro do trabalho e dos negócios, que teve a participação de Pedro Rivas, curador do Hub ESG Change da ESPM e coordenador do Master ESG na Prática, e Thomas Eckschmidt, CEO do CBJourney e cofundador do Movimento Capitalismo Consciente Brasil. Dessa conversa extraímos informações para você entender o que é capitalismo consciente. Confira:

O capitalismo tradicional está em crise?

Por muito tempo o mundo adotou um modelo em que empresas e investidores visaram o lucro acima de tudo, mas com o fortalecimento da agenda ESG é fundamental pensar além do dinheiro. É preciso aliar lucro, propósito e impacto social positivo, que são valores lapidados pelo capitalismo consciente.

“Milton Friedman, prêmio Nobel de Economia, dizia que o único propósito da empresa é gerar lucro para acionista e acho que era a realidade que a gente conhecia. Hoje a gente tem mais clareza que o propósito de qualquer organização é gerar valor para todos os envolvidos”, afirma Eckschmidt. “Pro acionista é lucro, pro cliente é uma coisa diferente, pro colaborador é uma coisa diferente”.

Esse sistema econômico conseguiu estabelecer uma série de ganhos e possibilidades, mas no mundo atual há uma crise nas esferas econômica, ambiental e geopolítica, e a sociedade está enfrentando desafios como o uso abusivo dos recursos naturais. “Temos os mesmos desafios desde o século XIX, quando a gente começou a esgotar, por exemplo, a madeira para uso na mineração. Então a gente tem uma série de problemas e é importante destacar que existe a produção absoluta de riqueza, mas existem também os aspectos da distribuição dessa riqueza e a desigualdade é ainda um grande problema”, explica Rivas.

O que é capitalismo consciente

De acordo com Eckschmidt, o capitalismo consciente é uma expressão natural de qualquer empreendimento e as pessoas começam a empreender acreditando que estão fazendo uma coisa melhor, resolvendo um problema, e por trás disso há um propósito.

“Quando você começa a empreender, você depende do seu cliente, do seu fornecedor, do seu colaborador, do seu primeiro investidor. Então a gente reconhece interdependência, a gente trabalha junto criando uma cultura poderosa e responsável, e tudo a partir de um líder que sai para cuidar do colaborador, cuidar do fornecedor, do cliente e assim por diante. Então é uma onda de impacto”, explica.

Em outras palavras, significa que o capitalismo consciente recupera a essência das organizações para trazer mais valor para o ecossistema de negócios, não apenas para uma empresa ou para um indivíduo, e sim para manter a saúde social, econômica e ambiental.

Qual a relação do ESG com o capitalismo consciente

A agenda ESG vem se desenvolvendo no sentido de dar mais visibilidade, previsibilidade e resiliência para além do ganho econômico e para aferir como uma empresa se relaciona com a sociedade e com o meio ambiente a ponto de manter um cenário socioambiental responsável e lucrativo em todos os aspectos. Nesse sentido, o ESG se transforma em uma janela de oportunidades para negócios sustentáveis.

Além disso, há uma exigência muito maior por parte da sociedade, porque há mais informação circulando e, consequentemente, aumenta o desenvolvimento da consciência social. Assim, quem respeitar, buscar e, principalmente, antecipar o ESG vai estar em um caminho muito mais produtivo e dotado do propósito, que alimenta as relações humanas e o respeito ao meio ambiente.

Quer saber mais sobre o tema?

Assista ao episódio completo do Lifelong Cast #51 sobre Capitalismo Consciente:

Roberta De Lucca

Jornalista colaboradora do Trendings.

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