Um dos indicadores do ESG (Environmental, Social and Governance), diretriz de gestão administrativa que engloba o meio ambiente, a comunidade e as relações institucionais e governamentais, é o S de Social. Nesse braço, a corporação cuida das relações com diferentes stakeholders: colaboradores, fornecedores e comunidades próximas afetadas por suas atividades.
“As ações de uma corporação geram impactos internos e se estendem para fora da empresa e o S cuida disso”, diz Rafael Homem de Carvalho, professor de governança no MBA da ESPM em Porto Alegre.
Isso significa que a empresa zela pela relação com seu público interno garantindo direitos trabalhistas, promovendo a inclusão e a diversidade e valorizando a segurança no trabalho, entre outros fatores. Nas relações com a comunidade do entorno, a corporação pode criar programas sociais ou de voluntariado.
Numa relação com fornecedores, por exemplo, a empresa que acompanha a cadeia produtiva dos parceiros, buscando se informar sobre os métodos de extração de matéria prima ou sobre a legalidade da mão de obra, sabe se o trabalho é feito em conformidade com a lei e o respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores.
As empresas devem se questionar – “vamos fazer negócio com quem não está de acordo com nossos valores?” –, orientar, treinar o parceiro, se for o caso, e tomar outras providências.
Empresas B2C, que têm pontos de venda, trabalham o Social para atender e tratar bem todos os clientes. Afinal, uma pessoa preta não quer ser monitorada enquanto faz compras em uma loja. Uma equipe bem treinada não distingue consumidores por conta da cor da pele, orientação sexual ou corte de cabelo.
O atendimento omnichannel também é um exemplo de ouvir as necessidades do cliente. Ofertar vários canais de comunicação entre empresa e consumidor é uma maneira de agilizar o contato. Ter um site bem feito, com informações sobre o produto também traduz a preocupação com os consumidores.
As relações entre funcionários e empresa têm bastante peso no Social. O gestor deve ser colaborativo e se colocar à disposição para construir um ambiente favorável. “A qualidade da entrega é ponto de observação da equipe e dos indivíduos. Não interessa o pessoal chegar num nível de esgotamento, daqueles de não sobrar pedra sobre pedra, para fazer um projeto. O gestor tem que dar condições para o time entregar num nível de excelência e cabe a ele definir quem faz o quê”, explica Carvalho.
Outro exemplo do cuidado com os colaboradores está relacionado com a ampliação das políticas de diversidade. Nos últimos anos as empresas passaram a contratar mais pessoas da comunidade LGBTQIAP+ e isso vem mudando o ambiente corporativo e social. Mas não basta aderir à diversidade se a cultura da empresa permanece a mesma e as pessoas não se sentirem de fato incluídas.
A empresa pode beneficiar a comunidade com projetos externos. As iniciativas podem ser de naturezas diversas, como promover melhorias de infraestrutura, incluindo a conservação de áreas verdes do entorno. Outra forma é apoiar causas, por exemplo, de diversidade e inclusão.
O ambiente externo funciona como um espelho e o que esse mundo informa a respeito de uma empresa permite tomar providências para uma gestão responsável em benefício do todo. Clientes, fornecedores, instituições financeiras e concorrentes servem de alerta para que uma corporação comece a fazer o que não estava fazendo, suspenda o que deve ser suspenso e continue fazendo o que funciona. “É um processo de start, stop and continue”, resume Carvalho.
O conselho e principalmente os sócios são os principais governantes de uma corporação. Cabe a eles fazer valer e prevalecer os valores que acreditam que deverão ser mantidos para garantir a sobrevivência da empresa e do negócio.
Apostar na agenda ESG traz retorno, conforme atesta uma pesquisa realizada pela consultoria Robert Half junto a recrutadores. Entre os profissionais ouvidos, 55% afirmaram que essas diretrizes administrativas melhoram a imagem da empresa no mercado. Para 34% há um aumento na confiança dos investidores e 33% disseram que ESG atrai e retém mais talentos nas empresas.
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