Quem não se lembra da ansiedade de, aos 17, 18 ou 19 anos, ter de escolher qual seria sua carreira para o resto da vida? “E se eu não curtir?” ou “E se não conseguir fazer carreira nessa profissão?” eram algumas das muitas preocupações que assombravam qualquer estudante diante dessa decisão de vida. Sob a loteria de tantas variáveis, era uma felicidade quando tudo “dava certo”: “se encontrar” na profissão, conseguir um “bom emprego” e construir uma “carreira de sucesso”.
Se isso é fonte de ansiedade quando se é jovem, geralmente sem grandes responsabilidades e com a “vida inteira pela frente”, imagine você perceber, no meio da carreira, que ela não tem mais como oferecer muitas perspectivas (seja porque a profissão se transformou, entrou em crise ou até se extinguiu, seja porque ela entrou em baixa, com desvalorização profissional ou salarial – ou simplesmente porque você não se sente mais entusiasmado com a carreira).
Um caminho natural, clássico até, era dar aulas em faculdade como uma maneira de iniciar uma transição possível, que levava a um mestrado e até um doutorado e a uma carreira acadêmica sólida – e longeva. Mas não é para todo mundo…
Virar consultor? Virar empreendedor? Dar uma guinada de 180o e partir para algo totalmente novo? Derivar sua experiência e achar como aplicá-la em outras áreas onde seus conhecimentos poderão fazer toda a diferença? E a transformação digital tem aberto um novo mundo de oportunidades para isso.
Mas há outros caminhos possíveis: usar suas paixões para se reinventar. E assim vemos novos chefs abrindo restaurantes e cafés, quem curte plantio orgânico se dedicando à produção e venda, outros reunindo conteúdos importantes em sua área para buscar a trilha influencer – sem falar nos já batidos campos de palestras e coachs…
A intensão aqui não é fazer aconselhamento profissional, mas apenas lembrar que é preciso pensar nisso o quanto antes. É a manjada história do “onde você se vê em cinco anos?”. Se quero virar um plantador de arroz no Camboja em cinco anos, significa que esse é o tempo que tenho para aprender a plantar arroz e a aprender khmer, a língua local. Só que com uma diferença: cinco anos, hoje, é tempo suficiente até para ter duas carreiras diferentes…
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