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6 dicas para construir uma carreira internacional

Roberta De Lucca
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Especialistas explicam o que fazer para trabalhar em outro país ou a partir do Brasil para uma empresa no exterior 

A digitalização do trabalho encurtou as fronteiras e muitos profissionais já seguem ou buscam uma carreira internacional. Dependendo a área, as possibilidades são grandes e isso não implica necessariamente em mudar de país. “A gente tem que abrir bastante a cabeça para entender que pode ser expatriado estando no Brasil ou fora do Brasil”, afirma Adriano Maluf Amui, professor de cursos de extensão da ESPM e CEO da FCA Strategy, consultoria de negócios com sede no Canadá

“Pode ser como empregado, prestador de serviço, empreendedor, empresário ou estudante, que é um outro ponto de partida. São várias possibilidades que se abrem para que qualquer pessoa consiga fazer uma carreira”.

Amui foi entrevistado no Lifelong Cast, podcast da ESPM sobre o futuro do trabalho e dos negócios juntamente com Giancarlo Alcalai, professor do MBA Executivo em Marketing da ESPM e sócio da Boyden, consultoria de busca por executivos. Na conversa eles explicaram o que levar em conta quando se pretende construir uma carreira internacional e as principais dicas estão aqui. Confira:

1. Experimente a vida internacional

“O primeiro passo é começar a experimentar e a viajar. O segundo passo é você começar a se expor onde está, se expor dentro da empresa e buscar projetos e experiências que envolvam multiculturalidade”, orienta Amui. Esses movimentos geram exposição e experimentação, permitindo que o profissional sinta mais segurança para imaginar se a carreira internacional é viável. 

É importante envolver a família, mas não significa fazer uma viagem para Orlando (EUA) e sim ir aos locais aonde estão os negócios e onde acontecem as experiências. Muitas vezes são ambientes muito diferentes dos quais se está acostumado e isso desperta a consciência do que os familiares gostam ou não. 

Outra variável é a língua. Existe uma falsa percepção de que é possível procurar emprego pela internet, mudar de país e depois aprender um novo idioma. “Essa sequência é absolutamente equivocada e a taxa de sucesso dessa hipótese é mínima. Existem exceções, mas você não pode entender que será a exceção”, alerta Amui. 

2. Avalie todas as implicações

Trabalhar fora do Brasil vai muito além de dominar a língua e ganha um salário em moeda estrangeira. Existe a questão cultural, que reflete na vida do profissional e da sua família. “Isso é um ecossistema que mexe com toda a família e a medida que a carreira do executivo ou da executiva vai evoluindo é importante a família ir junto e apoiando também” afirma Alcalai. 

A expatriação demanda um planejamento de médio e longo prazo e é importante levar em consideração que um dos cônjuges pode ser afetado, assim como os filhos. “Na hora que você vai já muda todo o tabuleiro do xadrez. Uma empresa gasta 2 milhões de reais para fazer a tua expatriação e dali 6 meses você falar que aquilo não funciona é muito complicado. É um processo em que o profissional tem que se preparar, a família também, e é uma decisão muito estratégica”. 

3. Conheça os benefícios de uma carreira internacional

O salário é um benefício para quem é expatriado como executivo, mas talvez seja a menor das variáveis porque existem ganhos muito maiores. Segundo Amui, há três vantagens principais: 

  1. Capital intelectual: o profissional vai conhecer novos negócios, ampliar sua capacidade analítica, entender o que é o mundo globalizado e vai se tornar cosmopolita.
  2. Capital emocional: se ainda não tem, a pessoa desenvolve paixão pela diversidade e quem consegue lidar com a diversidade tem uma vantagem competitiva enorme. Além disso, nasce também o gosto pela aventura que acaba ampliando a autoconfiança da família. 
  3. Capital social: um expatriado se torna uma pessoa mais empática e aumenta o seu impacto interpessoal, permitindo que consiga lidar com culturas e pessoas diferentes e amplifique sua capacidade de se comunicar.

4. É possível trabalhar para outro país a partir do Brasil

Depois da pandemia ficou mais fácil ter uma carreira internacional sem sair do seu país. “Conheço empresas suíças em que o presidente [da sede] nos Estados Unidos mora no Canadá. É muito comum você estar aqui no Brasil e gerenciar outras regiões. Eu mesmo, na minha última posição, era diretor internacional de uma companhia aérea e gerenciava 45 países e estava em São Paulo”, explica Alcalai. 

Dependendo da área em que atua, não há necessidade de o profissional se mudar e tem muita gente que não quer sair do seu país. “Acho que depende muito do seguimento e do momento que você está vivendo, mas de qualquer maneira o conjunto não muda”. Obviamente vai surgir um momento em que será necessário viajar, mas segundo Alcalai o brasileiro tem um benefício que é a capacidade de se adaptar.

5. Internacionalize também o seu LinkedIn

O LinkedIn ajuda muito na busca por vagas internacionais e várias empresas estão se especializado em procurar executivos nessa plataforma. O profissional deve trabalhar bem o seu perfil e se possível fazer conteúdo também em outros idiomas, porque as companhias estão o tempo todo olhando possíveis candidatos. 

Além disso, é importante fazer networking. “Quando você está na empresa, a empresa também é uma fonte importante. Tem companhias que são muito organizadas e todas as carreiras internacionais estão no site da companhia e você em teoria pode participar, mas tem que se preparar”, explica Alcalai. 

6. Mapeie áreas com mais chance de internacionalização

Existem áreas em que é mais fácil conseguir vagas, como tecnologia, principalmente no que se refere a programação, segurança, inteligência artificial e programação. Nesse segmento, as empresas buscam profissionais em qualquer lugar do mundo. 

“Outra coisa que cresce violentamente no mundo, se chama virtual assistant (VA)”, diz Amui. “Ao invés de eu ter uma secretária dentro do mercado canadense, por exemplo, que vai ter um custo elevado, eu posso ter uma secretária especializada em me atender com mais skills e competências, que pode estar localizada na Índia ou nas Filipinas, dois mercados que fazem isso muito bem”. O profissional explica que o mercado brasileiro é bem formado e trabalhar como virtual assistant pode trazer experiência internacional e uma receita em dólar interessante para essas pessoas. 

Uma terceira possibilidade são as plataformas de prestação de serviço, em que alguém contrata serviços como os de comunicação e desenvolvimento de branding, por exemplo. Há muitos brasileiros prosperando e fazendo trabalhos excelentes em qualquer lugar do mundo. 

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Roberta De Lucca

Jornalista colaboradora do Trendings.

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