Mestrado profissional: o que é e para quem é indicado?

Diante dos muitos cursos destinados a ampliar os conhecimentos adquiridos no ensino superior, muita gente tem dúvida sobre qual caminho seguir. Se o objetivo não é a carreira acadêmica, uma boa opção pode ser o mestrado profissional. “Especialmente para quem está assumindo uma posição estratégica no mundo corporativo”, aconselha a professora Denilde Holzhacker, coordenadora Geral de Pesquisa e Pós-graduação Stricto Sensu da ESPM.  

“O objetivo central desse curso de pós-graduação stricto sensu é melhorar a profissionalização para que a pessoa tenha mais autonomia para resolução de problemas”, acrescenta. “Por isso, ela pode desenvolver uma pesquisa mais profunda, baseada em um conjunto de conhecimentos, e ser capaz de levar essa proposta e colocá-la em prática no ambiente profissional.”  

A especialista explica que a formação é ideal para quem já tem mais experiência na carreira. Torna o profissional apto a desenvolver estratégias, inclusive as de maior complexidade. “Especialmente para se aprofundar em termos de técnicas, de capacidade de análise e de trabalhar em cenários desafiadores”, acrescenta a professora. “É o momento para a utilização e aplicação desses conhecimentos.” 

Ambos têm a mesma duração, (2 anos), incluindo carga horária e vão trabalhar com pesquisa. O aluno escolhe seu  objeto de estudo, que é voltado para aprofundar conhecimentos teóricos e práticos da sua área de atuação, alcançando o mais alto nível profissional. Com orientação de um professor, ele propõe a investigação científica, baseada em uma metodologia. Porém, a diferença principal do mestrado profissional é o fato de o aluno realizar esse estudo próprio, mas com a expectativa da aplicação prática para a solução de problemas reais das empresas ou da sociedade.  

“A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), fundação do Ministério da Educação (MEC), que é o órgão regulador, definiu essa modalidade como a ponte entre os mundos acadêmicos e de negócios para ser um recurso a mais para aprimorar a competitividade das empresas em diversos segmentos econômicos. Não é um MBA. Então ele tem que de fato contribuir para a sociedade,”, conta Denilde. 

Com esses requisitos, a dinâmica também é diferente, porque o mestrado profissional tem uma forte conexão com algum desses setores. Esse conhecimento deve ser aplicado nos negócios, com a linha de pesquisa focando na resolução de um problema com impacto direto na área profissional — não necessariamente em uma empresa, podendo ser um setor.  

“O mestrado profissional vai proporcionar ao aluno um conjunto de ferramentas e uma nova forma de olhar para as questões, também a partir de estudos anteriores, criando uma nova trilha de conhecimento, dando passos à frente, propondo diferentes soluções”, detalha a coordenadora. “Não se espera uma dissertação como no mestrado acadêmico, mas outras formas de atuação, que podem ser plataformas, softwares e outros tipos de produtos tecnológicos.” 

Neste caso, o protocolo da pesquisa pode incluir o desenvolvimento de testes, em uma lógica científica, para que esse produto tecnológico traga respostas para questões práticas — por isso chamada de Pesquisa Aplicada. Esse novo conhecimento para sociedade também deve passar por diferentes etapas, até chegar a uma proposta — que pode ser a análise de caso de uma empresa, o teste de um processo de um novo software. 

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