Ganhos em produtividade, redução de custos e maior assertividade. A inteligência artificial (IA) está beneficiando diversos setores. Mas qual o impacto dessa tecnologia em áreas mais tradicionais e burocráticos, como a jurídica?
De acordo com Luiz Carlos Corrêa, coordenador da Pós em Direito Digital da ESPM, a IA vem sendo utilizada como um “assistente virtual” para a área jurídica. “Que proporciona rapidez e eficiência para o processo de captação de dados e análise de documentos de diversas fontes”.
Entre os ganhos apontados pelo especialista estão a redução de custos, o aumento da produtividade e do controle e qualidade dos processos. “Com a inteligência artificial não estamos sujeitos a erros que o cérebro humano comete. Especialmente em atividades de produção em grande escala.”
A Target Law, consultoria que atua nas áreas jurídica e fiscal, é uma das empresas que está investindo nessa tecnologia. A empresa tem um sistema de IA que automatiza e acelera processos. “Minha missão é oferecer para grandes players essa experiência de sair do sistema analógico para o digital”, explica o advogado Vinícius Cintra, 35 anos, fundador da empresa. “A única missão que o cliente tem é subir os documentos em nosso sistema. A partir disso, todo o projeto anda através da inteligência artificial.”
Uma das vantagens apontadas pelo empresário é que desse modo sua equipe de analistas pode focar na gestão do projeto. “Eles deixam de ficar atuando em coisas manuais, para atuar em gestão de fluxo e só intervir em caso de inconsistências”.
O professor de Direito da ESPM comenta que com a adoção da IA as organizações tendem a contratar menos profissionais para a execução de tarefas repetitivas. “Muitas empresas, escritórios e até bancos norte-americanos estão deixando de contratar pessoas para executar essas funções. Por outro lado, estarão buscando profissionais com novas habilidades e competências nessa nova configuração exigida”.
Burocracia atrapalha
De acordo com o fundador da Tag Law, a digitalização das áreas jurídicas e fiscal ainda esbarra em questões burocráticas. “Um documento que antigamente você tinha que assinar, reconhecer firma, fazer algo no cartório e autenticar, não precisa mais de tudo isso graças a tecnologia. Porém, órgãos públicos ainda não estão preparados para receber esses documentos digitais.”
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