Você trabalha pra quê?

Uma das coisas mais comuns no mundo do trabalho é sermos julgados pelas nossas motivações. Duvida? Atire a primeira pedra quem nunca ouviu uma crítica a algum colega considerado “ambicioso” ou “carreirista” – pelo fato de deixar claro que quer subir na hierarquia.

Ou por não esconder que, mesmo fazendo bem seu trabalho, o que o colega mais quer é mesmo salário e benefícios – ou não liga para isso, desde que receba elogios ou que seja invejado pela posição ou pela imagem na empresa.

Tenho cá para mim que cada um sabe onde aperta o calo, como diz o velho ditado – e não cabe a ninguém determinar de onde vem a motivação de cada um.

Minha proposta aqui é convidar você a pensar seriamente na sua resposta – e ver se tem trabalhado no sentido de buscar cada vez mais atender suas motivações. Isso não é bobagem, mesmo. Já fui julgado como maluco por abrir mão de uma posição “invejável” para buscar outras realizações menos rentáveis, da mesma forma que não aceitei convites “irrecusáveis” por saber que, na minha lista de prioridades e motivações, digamos que cumpriam “2 de 10” (insuficientes para eu dizer sim).

Claro que ganhar bem é ótimo, ter estabilidade é fantástico (ainda mais em um país caótico no campo trabalhista e do emprego como o Brasil dos últimos tempos), ser reconhecido e (por que não?) “invejado”… Mas aqui, a pergunta é mais “íntima”: você trabalha pra quê – e quer trabalhar pra quê?

Isso pode ser o início de um planejamento de continuidade de vida, uma preparação para uma guinada profissional (e pessoal), a tal ideia de termos uma segunda ou terceira carreira.

A pandemia e todas as suas ameaças (à vida, ao trabalho, ao modo como levamos nosso dia a dia e aos planos futuros etc.) é um detonador poderoso para questionamentos. Fala-se muito do “novo normal”. Que tal expandirmos esse conceito para o “novo vital”?

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