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“Estamos entrando em uma segunda era digital” afirma Don Tapscott

Filipe Oliveira
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Autor de Block Chain Revolution e cofundador do Blockchain Research Institute palestrou na Campus Party Digital 

“O blockchain está mudando a natureza estrutural das organizações e transformando indústrias inteiras”. A afirmação é de Don Tapscott, autor de Block Chain Revolution e cofundador do Blockchain Research Institute. Ele palestrou na Campus Party Digital, nessa quinta-feira (9).

De acordo com o especialista, nos últimos 40 anos estivemos na era da internet da informação, que nos rendeu tecnologias como computadores pessoais, internet móvel, mídias sociais, armazenamento em nuvem e big data. E possibilitou que compartilhássemos cópias de nossos arquivos com outros usuários da rede. Mas para negociar bens neste modelo de internet, como dinheiro, ações e obras de propriedade intelectual, precisamos lidar com intermediários, o que encarece e burocratiza as operações. “Esses intermediários identificam as partes, o bem e checam se você é realmente você”, explica o especialista. Só que essas empresas e organizações que fazem o meio campo nessas negociações também captam nossos dados a cada transação, o que ameaça nossa privacidade.

O que deve mudar em breve na opinião de Tapscott. Para o pesquisador, estamos em um “ponto de virada”, migrando da internet da informação para a internet de valor. “Algo global que possibilita as negociações de uma maneira privada e segura”, diz o especialista. Isso graças ao blockchain, tecnologia apresentada ao mundo em 2008 por um programador ou um grupo de programadores sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto, que criou a moeda virtual bitcoin.

Para o pesquisador, o blockchain é “a maior inovação da ciência da computação dessa geração”. “Porque pela primeira vez as pessoas podem fazer transações de bens ponto a ponto. E a confiança não é alcançada por um intermediário, mas sim por criptografia, colaboração e algum código inteligente. É isso o que chamamos de Trust Protocol.”

O escritor explica que desse modo surgiu uma “promessa de um mundo menos centralizado, controlado mais pelas pessoas do que por instituições poderosas”. Só que, após seguidas desvalorizações das criptomoedas, muitos deixaram de acreditar no blockchain. “Depois do crypto crash, surgiram muitas coisas negativas sobre blockchain e algumas delas continuam até hoje.”

Mas nem por isso o mundo deixou de investir nessa tecnologia. Tapscott destaca que várias empresas e até países continuam apostando em soluções baseadas em blockchain. “O presidente Xi Jinping disse que as duas grandes tecnologias na China nos próximos 50 anos serão a inteligência artificial e o blockchain. E está se movendo para criar uma moeda digital”.

Durante sua apresentação, o pesquisador citou uma série de iniciativas baseadas em blockchain que estão sendo aplicadas em diferentes indústrias, como supply chain, saúde, setor de energia, IoT, manufatura e serviços financeiros. “Bitcoin foi o primeiro app da internet de valor. Assim como o email foi o primeiro app da internet de informação. Mas agora existem muitas outras plataformas”.

Tapscott destacou ainda que o blockchain é uma tecnologia fundamental para um mundo mais conectado. “No mundo físico, bilhões ou trilhões de objetos se tornam dispositivos de comunicação inteligentes [com a internet das coisas (Iot)], temos tecnologias que podem aprender e fazer coisas que não foram programadas para fazer [machine learning]. A tecnologia está se tornando parte de nossos corpos [biohacking] e parte de todo processo de negócios. Me surpreendi concluindo que a base para a tecnologia dessa segunda era é a tecnologia das criptomedas, o blockchain”.

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Filipe Oliveira

Editor do #Trendings.

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