fbpx
LOADING

Digite para procurar

“A tecnologia é uma ferramenta para motivar estudantes, não para substituir educadores”

Filipe Oliveira
Compartilhar

É o que afirma Cristobal Viedma, CEO e cofundador da Lingokids, plataforma de aprendizado de inglês para crianças que tem 6 milhões de usuários em todo o mundo

“O setor de educação passou muitos anos sem mudanças, mas está evoluindo dia a dia com novas formas de ensinar. As edtechs têm um grande papel nisso”. O comentário é de Cristobal Viedma, CEO e cofundador da Lingokids, plataforma de aprendizado de inglês para alunos da primeira infância que tem 6 milhões de usuários em todo o mundo (400 mil no Brasil).

O executivo bateu um papo exclusivo com o Trendings sobre empreendedorismo, expansão internacional de negócios, futuro da educação e analisou o que o companhias desse setor podem aprender com empresas inovadoras, como Netflix e Spotify.

Antes de participar da criação do aplicativo, Viedma foi diretor da Viki, streaming de vídeo que começou suas atividades como uma plataforma de aprendizado de idiomas. A empresa foi adquirida em 2013 pela japonesa Rakuten por US$ 200 milhões.

Como surgiu a Lingokids?

Há alguns anos, estava tentando ensinar inglês para a Marieta, minha sobrinha de 2 anos, mas não encontrei nenhum aplicativo realmente apropriado para crianças mais novas e que tivesse conteúdo de qualidade. Crianças não aprendem da mesma maneira que adultos. Acreditamos que a aprendizagem eletrônica deveria ser adaptada para a nova era: quanto mais as crianças se divertirem, mais vão aprender, chamamos isso de “brincar de aprender”. Então decidimos criar o Lingokids, que hoje oferece mais de 600 jogos interativos, músicas e vídeos, com um sistema personalizado para cada criança e em um ambiente totalmente seguro.

“Quanto mais as crianças se divertirem, mais vão aprender”

O quão importante foi sua experiência na Viki para começar esse negócio?

Como trabalhei com pessoas de diferentes nacionalidades na Viki (algo que também acontece na Lingokids, são mais de 15 diferentes nacionalidades), aprendi como ser sensível às diferenças entre culturas. Isso me ajuda muito quando me encontro com investidores de diferentes países. Além disso, quando a Rakuten adquiriu a Viki, percebi o ponto chave para um negócio ter sucesso: você precisa de um produto que realmente tenha valor para os clientes.

Quais são os desafios de expandir um negócio no exterior?

Quando você está expandindo os negócios, as primeiras coisas que precisa ter em mente são as diferenças culturais e pontos de vistas. Algo que funciona bem na Espanha não vai necessariamente funcionar em outro país. Você precisa entender as necessidades e abordagens culturais de cada local.

“Quando você está expandindo os negócios, as primeiras coisas que precisa ter em mente são as diferenças culturais e pontos de vista”

E como é atuar no mercado brasileiro?

O Brasil é um país em desenvolvimento que oferece muitas oportunidades para expandir negócios. A educação para crianças é muito importante e há uma demanda crescente para aprender inglês, e não de um modo clássico. Além disso, o Brasil é um país muito tecnológico.

Como você vê o futuro da educação?

É um setor que passou muitos anos sem mudanças, mas está evoluindo dia a dia com novas formas de ensinar. As edtechs (startups da área de educação), como Lingokids, têm um grande papel nisso.  Mas essas empresas precisam tornar a tecnologia mais amigável para o usuário. É preciso ter em mente que a tecnologia é uma ferramenta para motivar estudantes, não para substituir os educadores. Também acredito que a educação será mais personalizada no futuro, esse é um dos pontos chave e desafio ao mesmo tempo: proporcionar uma experiência completa de aprendizagem em diferentes tópicos personalizados para cada pessoa, dependendo de seus interesses e capacidades.

“A tecnologia é uma ferramenta para motivar estudantes, não para substituir educadores”

Em sua opinião, o que empresas de educação podem aprender com serviços como Netflix, Spotify, Uber e Airbnb?

Acho que sistemas de assinatura, como os da Netflix e Spotify, são ótimos para edtechs. Além disso, todas as empresas que você mencionou sabem como se posicionar [no mercado]. E elas têm outra coisa importante em comum: sempre ouvem as necessidades dos usuários e tentam se adaptar a eles, evoluindo e mudando features como consequência.

Tags:
Filipe Oliveira

Editor do #Trendings.

Deixe um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *