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Presencial, home office e híbrido: conheça os prós e contras de cada modelo para as empresas

Roberta De Lucca
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Confira o que as empresas ganham e perdem ao adotarem cada um desses modelos

A expressão “novo normal”, surgida em 2020 com o advento do coronavírus, designou várias novidades na vida das pessoas que passaram a viver em isolamento de uma hora para a outra. Hoje a impressão é a de que esse tal novo normal ficou mais evidente no universo do trabalho. O mundo passou a trabalhar em home office e agora, com a volta aos escritórios, muitas empresas vão adotar modelos diferentes para as atividades que não pedem a obrigatoriedade dos funcionários em suas dependências. Mas não basta simplesmente decidir se o desenvolvimento das tarefas vai ser presencial, híbrido ou em home office sem fazer um planejamento. É preciso avaliar os prós e os contras de cada modelo. Confira a seguir algumas vantagens e desvantagens de cada um:

Presencial

Prós: após o período inicial de readaptação a esse modelo, algumas vantagens podem ser observadas, como um contato mais próximo entre os colaboradores, que reforça o trabalho em equipe, a troca de ideias, facilita a execução de algumas tarefas e a solução de problemas. Além disso, mantém viva a cultura organizacional. De maneira geral, o trabalho volta a ser como era antes de março de 2020.

Contras: as empresas que decidirem voltar integralmente a este modelo retomarão despesas com aluguel e manutenção que reduziram durante o isolamento e terão de se programar, por exemplo, para o aumento da conta de luz. Some-se a isso a adoção de medidas de segurança, como aumento dos espaços entre as mesas e instalação de recipientes com álcool em gel.

Há um desafio maior, que é não perder o funcionário para a concorrência. Uma pesquisa da plataforma especializada em trabalho remoto FlexJobs, realizada entre março e abril de 2021, apontou que 2% de 2.100 entrevistados gostariam de voltar ao trabalho presencial enquanto 58% se dispõe a mudar de emprego se não puder trabalhar remotamente.

Híbrido

Prós: com menos gente no escritório, as empresas podem optar por migrar para imóveis menores, diminuindo assim custos operacionais. De acordo com reportagem da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, a Vale substituiu seus escritórios por hubs e os funcionários não são obrigados a ir em reuniões presenciais – quem preferir participa por videoconferência. Entre outras medidas da mineradora está a redução de ocupação da sua sede, que passou de 15 para 7 andares de um prédio. A farmacêutica GSK CH Brasil reduziu em 60% o espaço de seus escritórios, que por enquanto só recebem colaboradores que vão para o trabalho de carro, assim evita-se expor o que usam ônibus ao coronavírus – e mediante agendamento do uso de mesas. Ou seja, o empregado decide quando ir e por quantos dias da semana ou do mês vai estar presente na empresa.

No que se refere à produtividade, o panorama é bom. A filial brasileira da consultoria KPMG ouviu 722 empresários e para 83,52% a produtividade dos funcionários cresceu ou se manteve igual durante a pandemia – e 49,58% dos entrevistados consideram que a produtividade aumentou em até 20%.

Contras: quem optar pelo trabalho híbrido – e também em home office – precisa fazer contratos claros de direitos e deveres entre empregado e empregador. Em 2020, o número de processos trabalhistas cresceu no Brasil, aumentando em cerca de 270% no auge da pandemia, e de janeiro a junho deste ano subiu em cerca de 30%, conforme dados do escritório LG&P. Entre as principais causas estão o não pagamento de horas extras e de ajuda de custo para despesas com internet e energia elétrica.

Outro ponto que as empresas devem ter cuidado é com as escalas de trabalho casa X escritório, criando rodízios que façam sentido tanto para os colaboradores quanto para a dinâmica das áreas em que atuam. É importante que o gestor tenha contato com todos os integrantes de seu time.

Home office

Prós: o trabalho remoto tem forte impacto na redução de custos operacionais como aluguel de imóveis, despesas com água, energia elétrica, internet, manutenção de equipamentos e mobiliário, telefonia, faxina, água e café, entre outros. No Brasil, um estudo da consultoria Robert Half constatou que muitas empresas estão devolvendo imóveis alugados, como é o caso do Banco do Brasil, que vai deixar de operar em 19 de 35 prédios de escritórios. Para se ter ideia, essa medida vai representar uma economia de 1,7 bilhão de reais em 12 anos.

Um estudo realizado pela Fundação Dom Cabral e a Grant Thornton Brasil constatou que 58% dos entrevistados afirmaram ser mais produtivos em home office, corroborando um panorama mais seguro para quem escolher conduzir a empresa nessa direção. Muitos profissionais estão esperançosos quanto à adoção do trabalho remoto, conforme atesta uma enquete realizada entre março e abril deste ano pela FlexJobs: 65% das 2.100 pessoas ouvidas gostariam de trabalhar em casa em tempo integral.

Contras: manter viva a cultura organizacional é um desafio quando não existe o dia a dia no escritório. As empresas que adotarem este modelo precisarão pensar em novas estratégias para comunicar seus valores e ações entre os colaboradores.

Também é importante se planejar para evitar ações judiciais, já que o Brasil não tem uma lei específica para trabalho em home office. O que existe atualmente é a regulamentação do teletrabalho apenas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 75, que define essa atividade como “prestação de serviços fora das dependências do empregador com a utilização de tecnologias”. Por isso, a empresa deve fazer um contrato especificando os pingos nos is e quem sabe se basear em iniciativas que já são realidade em outros países. Desde 2017, por exemplo, corporações francesas estão proibidas de enviar e-mails a seus funcionários fora do horário de trabalho e desde o dia 5 novembro de 2021 o governo de Portugal colocou em prática a lei que não permite que chefes enviem e-mails e mensagens de texto para seus colaboradores.

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Roberta De Lucca

Jornalista colaboradora do Trendings.

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