Dizem que a vida imita a arte. Mas, quando se trata de filmes sobre inteligência artificial, as coisas funcionam de outra forma: ideias propostas em produções de décadas atrás podem evoluir se colocadas na prática, ou até prevalecer, porém em formatos inovadores.
Ao longo dos anos, diferentes filmes trouxeram às telas abordagens próprias sobre a IA. O professor do HUB de Canais Digitais da ESPM, Edney Souza, selecionou cinco exemplos de inteligência artificial que já apareceram em grandes produções, explicando o quão próximos são da realidade.
Confira abaixo, nas palavras dele:
Baseado na obra de Philip K. Dick, Blade Runner apresenta os replicantes, androides indistinguíveis dos humanos, levantando questões filosóficas sobre consciência e identidade. Embora ainda distantes da realidade, os avanços em robótica e aprendizado profundo caminham em direção a assistentes cada vez mais humanizados, como os chatbots avançados e robôs humanoides.
Dirigido por Steven Spielberg, o filme acompanha um robô-criança projetado para amar, explorando o impacto emocional das IAs e a busca pela aceitação. Hoje, a inteligência artificial já interage emocionalmente com humanos em aplicativos de terapia e assistentes virtuais, mas a complexidade do “sentir” ainda é exclusiva dos seres vivos.
Um dos retratos mais realistas do impacto da IA na vida humana, Ela mostra um sistema operacional altamente avançado que se adapta e evolui com base nas interações com seu usuário. Modelos como ChatGPT e personagens na Character. AI já demonstram traços dessa tecnologia, ainda que longe da sofisticação emocional e autonomia da personagem Samantha.
O longa explora uma IA avançada com consciência própria, levantando dilemas sobre ética e controle. O conceito de um robô capaz de enganar humanos já se reflete em deep fakes e modelos de linguagem, evidenciando os desafios da transparência e do uso responsável da inteligência artificial.
Combinando terror e ficção científica, M3GAN apresenta uma boneca robótica com IA que aprende e adapta seu comportamento para proteger sua dona – a qualquer custo. Embora assustador, o conceito lembra os avanços em robôs sociais como a Sophia, da Hanson Robotics, e os debates sobre segurança no desenvolvimento de sistemas autônomos.