Veja como fazer uma carta de apresentação para faculdade

Especialistas ensinam como estruturar e a escrever esse documento essencial para demonstrar as qualidades e ambições dos candidatos

Fazer uma carta de apresentação para a faculdade é uma etapa importante para quem quer disputar uma vaga de mestrado ou doutorado. “O documento é importante para apresentar os candidatos nos seus próprios termos e para que a instituição avalie não só suas qualificações, mas, principalmente, para entender os motivos que os levam a estudar no programa dessa instituição e não em outra”, explica a professora Gabriela Machado Ramos de Almeida, coordenadora interina do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Práticas do Consumo (PPGCOM) da ESPM.

Diferentemente das qualificações listadas no Currículo Lattes, mais objetivas, a coordenadora acrescenta que a carta de apresentação é um resumo qualitativo dos motivos e das justificativas para desenvolver o trabalho, além de demostrar a trajetória e sua produção acadêmica (artigos, livros, textos e participações na mídia etc.). “Embora os candidatos estejam acostumados a temas mais complexos, costumam ter dúvidas em relação ao tom”, revela Gabriela.

Além disso, uma carta bem elaborada facilita o trabalho da comissão em selecionar e direcionar para orientadores e disciplinas da instituição. “E também deixa os candidatos na mira das universidades que buscam profissionais de excelência para um futuro quadro de professores”, finaliza a coordenadora.

1. Não confunda com o currículo

O candidato não deve listar todas as experiências, mas descrever a formação e explicar se tem uma experiência anterior em pesquisa. Para o mestrado, se não houver essa vivência anterior, ao pleitear uma vaga vale ainda descrever brevemente a trajetória profissional e demonstrar seus interesses pessoais e ambições que tenham relação com assuntos que possam se tornar objeto de pesquisa, além de explicar a vontade de trabalhar em determinada área.

No caso do doutorado, apresentar a trajetória no mestrado — se teve bolsa de pesquisa ou não. Elas são grandes diferenciais ao pleitear uma vaga ou bolsa de doutorado, atendendo a critérios meritocráticos, pois demostram que a pessoa construiu uma “estrada” a partir desse benefício. Além disso, cada carta deve estar adequada a trazer as experiências voltadas à vaga em questão e explicitar, se for o caso, o desejo de ter experiências acadêmicas internacionais.

2. Seja objetivo

Descreva brevemente sua trajetória, fazendo um filtro para destacar o que é mais relevante para tornar público e o que gostaria de frisar para a comissão selecionadora. Mas de forma assertiva, precisa e correta na apresentação das informações. Embora o objetivo da carta seja destacar os méritos, fuja do autoelogio, com declarações baseadas em adjetivações (e não em argumentos e fatos, estes constatados pelo Lattes) para não parecer autopropaganda.

3. Não minta

Não invente fatos ou atividades que não podem ser comprovados, apresentando uma determinada experiência acadêmica não existente ou muito maior do que realmente foi. Essas informações são muito fáceis de serem rastreadas, checadas e comprovadas no contexto acadêmico — sem contar que essa atitude demostra falta de honestidade do candidato.

4. Atente-se ao tamanho ideal

Um texto de, no máximo, uma página e meia, com até sete parágrafos, em espaçamento simples. Mesmo com muita experiência e várias atividades no currículo, o candidato precisa selecionar quais atividades são as mais condizentes com a vaga pleiteada.

5. Revise várias vezes

Erros gramaticais são motivo de desclassificação em qualquer área, mas imperdoáveis quando se fala em uma trajetória acadêmica — e inconcebível para candidatos que devem passar de dois a quatro anos desenvolvendo um texto monográfico de 200 páginas.

Evandro Luiz Lopes, professor titular da PPGA e MPCC e coordenador do Mestrado Profissional em Comportamento do Consumidor, ensina como estruturar e a escrever a carta de apresentação. Confira o exemplo e clique na imagem para baixar o modelo: