Falar que o Brasil é um país de contrastes já virou lugar-comum – que foi mais uma vez confirmado com o que vimos e vivemos desde que por aqui chegou a pandemia. De um lado, uma crise avassaladora para a maioria dos negócios e, por outro, um céu de brigadeiro.
O mercado de luxo está na segunda categoria, confirmando que o mercado nacional se mantém firme, forte e atraente. Uma visão corroborada pela análise especializada da jornalista Paula Merlo, diretora de Conteúdo da Vogue Brasil. Pós-graduada em Moda pelo Instituto Europeo di Design – IED de Milão e com mestrado na London College of Communication, tem passagens pela Teen Vogue de Nova York, pela Luxure, de Londres, e pela edição brasileira da Glamour.
Enorme. Somos o único país da América do Sul a ter um título Vogue próprio, já que existe a Vogue América Latina, que chega nos outros territórios. O Brasil é um caldeirão de culturas que, naturalmente, é riquíssimo em criatividade. Nossos profissionais, nossos talentos são parte importante do business da moda global: somos a 6ª maior indústria do mundo, o segundo maior produtor de denim e o terceiro de malhas.
Hoje, os anunciantes têm um leque muito maior de opções de plataformas quando querem falar de seus produtos. Podem, inclusive, se comunicar de maneira direta com seus consumidores. Hoje, conseguimos criar toda uma estratégia de conteúdo a quatro mãos com as marcas, o que chamamos de branded content. É possível anunciar de maneira tradicional nas páginas da revista ou embarcar num projeto profundo, bem pensado e com o olhar apurado e chancela da Vogue Brasil, uma autoridade em luxo. Então, o que mudou foi: a cada dia temos novas oportunidades e opções de formatos e plataformas para que os anunciantes possam se comunicar com o público Vogue.
Está em plena transformação, eu diria. Com a pandemia, por exemplo, esse mercado aqueceu. Antes, as pessoas gastavam mais quando iam viajar. Sem poderem (ainda) ir a lugar nenhum, esses consumidores voltaram a comprar aqui e a investir em peças clássicas que, mesmo em momentos de instabilidade, não perdem valor.
Estarem fisicamente ou digitalmente? Cada marca precisa analisar o que faz sentido para o seu formato de negócio. Assim com estão repensando se faz sentido fazerem tantos desfiles por ano, devem entender o que vale à pena para seu tipo de negócio por aqui. É um bom negócio, mas como? – essa seria a pergunta.
A Vogue Brasil, com seus 46 anos de história, também viu as mudanças de comportamento do consumidor de luxo e, sem perder de vista seus valores e propósitos, evoluiu para acompanhá-las. Tudo hoje é sobre experiência, troca, compartilhamento. Tenho orgulho em dizer que estamos preparados para ajudar nessa formação, que mergulha de cabeça em um segmento onde a exigência e as expectativas do consumidor são cada vez maiores.