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Conectar para inovar: as vantagens das grandes empresas que se aliam a startups

Patrícia Rodrigues
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Com maior agilidade e flexibilidade nos processos, startups terceirizadas ou próprias tornam-se novos modelos de negócio para grandes empresas

Nas grandes organizações, até mesmo pela cultura e processos internos, normalmente é mais complicado implementar mudanças muito rápidas. Então, por que não agregar muita tecnologia, capacidade de inovação e maior agilidade na resolução de problemas, atributos trazidos pelos jovens profissionais ligados às startups? E é justamente esse movimento que “vem sacudindo” o mundo corporativo nos últimos anos, a ponto grandes empresas criarem suas próprias… startups!

De acordo com a professora Letícia Menegon, coordenadora do Centro de Desenvolvimento de Empreendedorismo da ESPM, ter uma cultura de inovação não é algo fácil, especialmente se a organização não nasce com esse objetivo. E da mesma maneira também não é simples selecionar e recrutar pessoas no mercado com essas habilidades. “Normalmente, as grandes empresas não conseguem “segurar” esses profissionais porque eles não se encaixam no modelo e nas estruturas tradicionais”, analisa.

Junte-se a elas!

A solução encontrada pelas corporações para atender a demanda inovação/agilidade tem sido investir, como acionárias, em startups que se encaixam nas suas expectativas de negócio de alguma maneira e que criam soluções que fazem sentido, podendo oferecer mentoria ou até “terceirizar” a elas, por questões de custo, suas áreas de pesquisa e desenvolvimento. Continua sendo a mesma instituição, mas gerida por outros perfis, que provavelmente não trabalhariam em modo celetista. “São profissionais que não se acostumam com modelos hierárquicos, em que a distribuição de poderes é muito bem estabelecida como nas organizações mais convencionais”.

Mas, alerta a professora, é preciso deixar claro, em contrato entre as partes, que tipo de atribuições e de controle que ambas querem ter sobre os processos. “É uma parceria no mesmo nível ou há uma hierarquia a ser obedecida? Essas perguntas têm que estar muito claras. Muitas vezes existe resistência dos empreendedores em vender parte da empresa com receio de perder o controle, o que é algo legítimo também.”

É indiscutível que ter uma grande empresa Investindo na sua startup é algo muito positivo — além de maior poder econômico, estrutura, ampliação do conhecimento (com mentorias) e melhor gestão financeira. “Mas não só: os contatos representam uma rede muito maior, o que traz maior poder.”

Procurar ou ser procurado?

Do ponto de vista do empreendedor, ‘ser procurado’ promove mais autonomia e liberdade. Afinal, a sua competência chamou atenção do mercado como alguém que começou sozinho e sem muito respaldo. “É outro patamar, que dá maior poder de negociação. Da mesma forma que está tratando com esta empresa, também poderia falar com aquela outra”, observa a especialista.

É uma característica diferente de quem ‘já nasce’ na e da empresa.  Esse tipo de startup já vem com gestores dedicados a ela, para dar suporte e construir junto com o empreendedor desde o início, o que pode ser mais tranquilo e menos doloroso. “É uma situação que reúne o melhor dos dois mundos: tem um suporte financeiro e, ao mesmo tempo, o contexto possibilita maior tranquilidade para ser criativo e inovador.”

Parte ou não de uma grande empresa, é preciso manter um bom relacionamento com o ecossistema empreendedor. Especialmente para quem está começando, as universidades cada vez mais fomentam o empreendedorismo e isso potencializa muito a capacidade de entrar em contato com esse mundo e interagir com ele. A professora explica que ele é formado por muitos players, pessoas de diferentes segmentos, e estar nesse networking faz com que as coisas aconteçam e fluam. “Vivenciar a cultura do empreendedorismo abre portas para conhecer inúmeros projetos, encontrar parceiros e também “ser procurado”. Mesmo ainda ‘pequeno’, o empreendedor passa a ser ‘grande”, aconselha. “Os eventos não precisam ser só físicos, especialmente agora em que o mundo online está repleto de grupos de discussão de e para empreendedores de setores diferentes. Há sempre algo a aprender com a experiência de todos.”

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Patrícia Rodrigues

Jornalista colaboradora do Trendings.

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