Endomarketing: tudo o que você precisa saber

Especialista explica o que de mais importante você precisa saber sobre essa ferramenta de comunicação interna

Endomarketing, também conhecido como marketing interno, é um conjunto de ações e estratégias que tem por objetivo o fortalecimento da relação da empresa com os colaboradores. Isso é feito por meio de ações de comunicação para engajar, motivar e integrar a comunidade interna à cultura organizacional e aos objetivos do negócio como um todo.

“As ações não transmitem só a informação, porque o endomarketing é mais do que a comunicação interna”, explica Ligia Oliveira, curadora do Hub de Employer Branding da ESPM. Ele está associado a uma experiência positiva para que as pessoas de fato registrem aquele conteúdo. Portanto, endomarketing e comunicação interna estão juntos e até misturados, por se complementarem.

O endomarketing e a comunicação interna têm como foco os colaboradores. A comunicação transmite uma informação e o endomarketing a reforça através da ativação de uma experiência. Quando a empresa lança um programa de incentivo à formação profissional, em que concede desconto para os colaboradores em cursos de aperfeiçoamento, de graduação ou de pós-graduação, ela comunica na intranet e o endomarketing entra em cena organizando o “Dia da Formação Profissional” ou o “Dia da Atualização Profissional” para a corporação falar sobre os temas dos cursos que vão ser oferecidos e como é o programa de parceria.

“A empresa usa diferentes canais e pontos de contato para comunicar as informações. Pode ser intranet, newsletter, aplicativos, notificações no Microsoft Teams ou plataformas semelhantes, em comunidades internas e grupos de WhatsApp, por exemplo”, explica Ligia.

Em uma comunicação as pessoas têm que enxergar a mensagem como algo relevante. Se não fizer sentido para os colaboradores, não faz sentido de maneira geral e o endomarketing trabalha justamente para dar sentido aos comunicados. Uma ação bem feita tem poder de atração e retenção de pessoas e por esse motivo pede transparência.

“Você pode ser uma empresa que nasceu há dois anos e está mega incompleta de processos e políticas para gerir pessoas, e pode comunicar internamente que está em busca de talentos porque o negócio é novo e a empresa tem muito desafios”, exemplifica Ligia. Com base nessa situação hipotética, a comunicação deixa claro que tem gaps a serem aperfeiçoados e que a corporação precisa de pessoas que queiram lidar com esses desafios. “Aí você atrai quem quer e o combinado não sai caro”.

Um ponto fundamental é não perder de vista que o endomarketing tem que conversar com os propósitos da empresa e fazer entregas que reforcem o posicionamento de marca, os objetivos do negócio e os valores, por exemplo. Um combustível para manter a chama acesa é a constância dos comunicados, além de jogo de cintura e agilidade para promover ações a toque de caixa, quando necessário.

Para o desenvolvimento de um bom plano de endomarketing é essencial conhecer muito bem o público interno. Isso é feito por meio de pesquisas de clima organizacional, rodas de escuta e grupos focais de áreas diferentes. O próprio banco de dados fornece informações sobre o quadro de colaboradores, permitindo identificar faixa etária, sexo, religião e outras informações disponíveis e relevantes na base de dados da comunidade interna.

Uma pesquisa de clima pode dar pistas do que é valor para os colaboradores dentro da experiência de trabalho. “Se eu entendo o que é valor fica muito mais fácil e coeso construir um plano de endomarketing, porque eu vou atuar no que as pessoas vêm como diferencial competitivo e com isso eu consigo também definir os objetivos desse plano de endomarketing”, ensina Ligia.

As campanhas podem ser sobre conscientização da segurança do trabalho, novos benefícios para a saúde emocional e mental, programas de reconhecimento de performance e festividades, entre outros eventos.

Esse trabalho pode ser feito pelas áreas de RH, comunicação interna, marketing e endomarketing, tudo depende da estrutura da empresa. O profissional que lida com endomarketing tem que entender muito bem quem são as pessoas que se interessam pela empresa e têm o desejo de continuar nela e por que. Segundo a especialista, é isso que vai alicerçar o trabalho de estratégia.

Num mundo ideal, ter profissionais de áreas diferentes, que trazem sua expertise e olhares distintos é o modelo perfeito de trabalho em endomarketing. “Esses squads são grupos de trabalho com profissionais de áreas distintas e eu acho que esse é um modelo que me agrada muito, porque com as diferenças eu posso extrair mais inovação”.

Um exemplo dessa inovação seria, por exemplo, um gestor fazer um vídeo para o LinkedIn comentando uma ação interna da empresa que beneficia o público interno e, consequentemente, o externo. Esse tipo de ação conecta a comunidade externa a um atributo de valor da empresa e embute o employer branding, que é trabalhar a marca empregadora contando o que acontece no dia a dia dos colaboradores.

O trabalho do endomarketing é encontrar o que é valor na percepção das pessoas e colocar um grande holofote nisso, tanto para comunicar como para proporcionar experiências, para que elas vejam sentido naquela jornada. Isso melhora a produtividade e diminui o turn over.

Com relação ao público externo, a gestão de marca que faz ações como o exemplo do LinkedIn, mencionado anteriormente, passa uma percepção da empresa e pode atrair quem já está no mercado a se candidatar a uma vaga. Também existe a atração espontânea, que acontece quando um funcionário ou ex-funcionário fala bem da empresa.

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