Music Branding: o que é, para que serve e como funciona

Você já parou para pensar sobre o tanto de músicas que ouve em um único dia? Desde as que escolhe em aplicativos de streaming, às que embalam uma propaganda no rádio ou na TV até a trilha sonora de um filme ou série. A música permeia a vida e por esse motivo não é de hoje que vem sendo usada para conectar uma marca ao cliente. Um dos caminhos para o estabelecimento da identificação pessoa–produto/marca é o jingle, mas além dele existe o music branding, que atua ainda mais no campo sensorial do cliente. 

“Para destacar uma marca e fazer com que ela seja reconhecida no mercado e esteja mais presente na vida das pessoas, o music branding é importante porque cria um DNA musical da marca baseada no seu mantra, na persona que a empresa quer apresentar para o consumidor”, explica o publicitário Danrley Calabrezi, fundador da 2id Music Branding.  

A partir de uma imersão na empresa, que inclui conversas com os tomadores de decisão para se entender que imagem eles querem passar da organização ou de um produto, desenvolve-se a estratégia e a curadoria das músicas que vão fazer parte da sua trilha sonora. Essa playlist recebe o cliente quando ele entra em uma loja ou restaurante por exemplo, e a partir do contato do consumidor com o que sai da caixa de som começam as conexões cerebrais que sugestionam a pessoa a consumir. 

Quando a comunicação por meio do music branding está alinhada com os valores da marca, o cliente é impactado e aumentam as chances de venda. Nas lojas da mais importante grife de óculos de sol do Brasil, músicas do DJ Alok despertam sensações de liberdade, de vontade de fazer uma caminhada no mato e de estar em contato com a natureza, voltando o olhar para os óculos de uma nova coleção. Mas não basta apertar o play. O volume é um componente que faz a diferença e é modulado de acordo com o tipo de produto e de público.  

O ritmo também é pensado para direcionar comportamentos, porque o som gera impulsos e impacta a maneira de consumir de uma pessoa. “Existem restaurantes que têm uma trilha sonora agitada, com mais agudos e num volume mais elevado para fazer com que os clientes comam rápido, estimulando maior velocidade na troca de mesas”, explica Calabrezi.

A curadoria das músicas que tocam em pontos de venda pode ser feita para a agência por pessoas que entendam sobre segmentos musicais, como um pesquisador musical ou alguém com grande vivência musical. O publicitário explica que o music branding está crescendo de uma maneira rápida no Brasil, mas precisa ser muito bem estruturado para ser aplicado. “Não é um mercado simples porque lida-se com detalhes como, por exemplo, as várias exigências legais de direitos de execução das músicas e isso requer cuidado. Tem que saber como trabalhar com music branding para entrar no mercado do jeito certo”, explica.