fbpx
LOADING

Digite para procurar

Dicas para elaborar um relatório de sustentabilidade

Suzeli Damaceno
Compartilhar

Entenda a importância de comunicar as práticas ESG de sua empresa e veja como criar relatórios assertivos e potentes

A conscientização sobre sustentabilidade tem crescido, levando as empresas a adotarem práticas mais responsáveis em termos ambientais, sociais e de governança (da famosa sigla em inglês ESG). Uma ferramenta crucial para comunicar essas práticas é o relatório de sustentabilidade. No entanto, ao analisar relatórios de grandes empresas brasileiras, percebo que muitos não seguem plenamente as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), organização internacional que estabelece normas para a elaboração de relatórios de sustentabilidade.

Vou destacar duas diretrizes frequentemente negligenciadas: transparência e comunicação clara. A transparência exige que as empresas divulguem informações completas e honestas, incluindo desafios e sucessos. No entanto, muitos relatórios omitem dados críticos ou apresentam informações tendenciosas.

A comunicação clara, por sua vez, visa garantir que todas as partes interessadas compreendam facilmente as informações, independentemente de sua formação. Infelizmente, muitos relatórios ainda usam jargões técnicos sem explicações que excluem um público mais amplo.

Comunicação acessível e produtiva

Comunicação acessível e produtiva é a capacidade de se comunicar de forma eficaz, clara e inclusiva, promovendo sempre a colaboração entre as partes envolvidas. Nos relatórios de sustentabilidade, a acessibilidade é vital para garantir que pessoas com diferentes habilidades possam entender as informações. Isso pode incluir traduções, versões em áudio ou vídeo, e design visual adequado.

A comunicação produtiva leva para a ação. Ou seja, esse tipo de relatório quando desenvolvido com esse pensamento, ajuda pessoas a implementarem em sua empresa as ações lidas no material, a rediscutirem suas próprias estratégias de sustentabilidade, estimulam a sociedade a participar e a colaborar com o desenvolvimento das atividades e assim por diante.

Incorporando comunicação acessível e produtiva em relatórios de sustentabilidade

Seguem algumas recomendações para desenvolver relatórios que incorporem esses conceitos:

  • Conheça seu público-alvo: adapte a comunicação às necessidades das partes interessadas, incluindo pessoas com deficiências e com diferentes níveis de letramento.
  • Objetivos claros: defina o que deseja alcançar com a mensagem e que ação espera do público que vai ler seu relatório.
  • Simplifique a linguagem: evite jargões ou termos técnicos. Se não for possível, inclua glossários ou notas explicativas.
  • Estruture o conteúdo: organize o relatório de forma lógica e use recursos gráficos para facilitar a compreensão. Para cada imagem, uma descrição!
  • Cuide da acessibilidade digital: garanta que o relatório seja acessível em diferentes plataformas e dispositivos, seguindo as diretrizes da WCAG (Web Content Accessibility Guidelines, traduzido para o português como Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo na Web). Alinhe-se à Lei Brasileira de Inclusão (LBI 13.146).
  • Teste com pessoas diversas: realize testes de usabilidade e de compreensão do conteúdo com pessoas de diferentes perfis, incluindo quem tem deficiência.
  • Inclua exemplos e histórias: use histórias de sucesso para tornar a mensagem mais envolvente. Valorize histórias de pessoas diversas tomando sempre o cuidado de não repetir estereótipos, preconceitos ou ser capacitista.
  • Promova o engajamento: incentive o feedback e facilite os canais de contato. Oriente sobre como as pessoas podem tirar dúvidas, se envolver ou apoiar as iniciativas de sustentabilidade da empresa. É tal “chamada para a ação”.
  • Seja transparente: divulgue os desafios e obstáculos encontrados no caminho da sustentabilidade. Isso reforça a importância da ética e da honestidade.

Com o papel crescente do ESG, é essencial que as empresas se comprometam com a comunicação acessível e produtiva em seus relatórios de sustentabilidade. Isso promove transparência e inclusão, fundamentais para construir uma sociedade mais sustentável e justa para todas as pessoas.

Tags:
Suzeli Damaceno

Suzeli Damaceno é jornalista com especialidade em comunicação acessível e em acessibilidade digital. É consultora, palestrante, professora na ESPM e na MDG Academy, e coordenadora do Movimento Web para Todos.

Deixe um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *