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5 dicas para praticar uma escuta atenta

Ângela Rorato
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Essa questão não é apenas retórica. Saiba qual a diferença entre essas duas maneiras de perceber o que o outro está dizendo – e conheça cinco dicas para praticar de verdade uma escuta atenta 

Nossa capacidade auditiva começa a se desenvolver ainda no útero materno por volta da 20ª semana de vida e com 30 semanas já somos capazes de distinguir o som da voz de nossa mãe, portanto, mesmo antes de respirarmos, vermos ou falarmos, já ouvimos. Da mesma forma, a audição parece ser o último sentido a “desligar-se”, pois muitos são os casos de pacientes terminais ou em coma que esboçam reações ao ouvir o som da voz de alguém querido ou da sua música preferida.

Você me ouve ou me escuta?

Ouvir e escutar são dois atos distintos. Ouvir tem a ver com o ato mecânico sensorial, relacionado ao sentido da audição, são os sinais sonoros que o ouvido capta. Ouvimos várias mensagens ao longo do dia, mas não processamos muitas dessas informações.

Quando ouvimos, captamos os sons emitidos, quando escutamos, nossa atenção e a nossa intenção estão voltadas para uma mensagem específica, ao escutarmos, todos os nossos sentidos acompanham o que está sendo dito, nosso foco se concentra naquilo que estamos querendo absorver e entender.

Todo o ser humano tem a necessidade de ser escutado e compreendido, além disso, todos nós queremos falar. Falar sobre nós mesmos gera prazer, mas acima de tudo, temos prazer ao sermos escutados com atenção e, quando isso não acontece, nos sentimos frustrados, não reconhecidos, não pertencentes e muitas vezes não percebemos que a escuta atenta é o que faz a diferença nas nossas relações.

Escutar é uma prática e como tal, pode ser aperfeiçoada através da constância, da disciplina, do foco, com paciência e determinação. Num mundo em que as distrações e os ruídos são muitos, praticar o hábito da escuta pode ser um diferencial potente.

Assim, escutar atentamente pode tornar nossos diálogos mais ricos e produtivos e uma forma de aprender com o outro, criando novos caminhos na busca de soluções conjuntas para problemas coletivos ou individuais, privilegiando a reflexão e ampliando possibilidades de entendimento.

Deixo aqui cinco dicas que podem ajudar no desenvolvimento desta habilidade – que é inata, mas que pode se perder ao longo do caminho.

1. Qualidade de presença nas nossas interações

Isso significa foco, atenção ao que está sendo dito, ao que estamos vendo, ao que estamos sentindo – lembre-se: pesquisas demonstram que não somos multitarefas, a parte do nosso cérebro na qual a escuta é processada é a mesma que usamos para ler e escrever, portanto não conseguimos manter a mesma qualidade fazendo tudo ao mesmo tempo (principalmente mexer no celular enquanto alguém fala conosco…).

Resumindo: a verdadeira escuta é não fazer nada além de escutar.

2. Escutar a si mesmo

Adam Kahane, físico especializado em inovação social, diz que não conseguirmos ouvir a voz do outro porque ela é abafada pelas nossas vozes internas. Na próxima vez em que for escutar alguém, olhe para si mesmo antes, veja se há espaço e, se a resposta for sim, deixe as distrações internas e externas de lado, crie um espaço mentalmente genuíno e dedique sua presença física e interna ao outro.

3. Ouvir sem interromper

Interromper, completar as frases da pessoa com as nossas palavras ou para relatar nossas experiências tiram o foco de quem fala. Thomas Brieu, especialista em escutatória, aconselha deixar o outro falar, sem interromper. Ao sentir que “esvaziou o copo” e foi escutada, a pessoa automaticamente para e fica disposta a também escutar, como um espelhamento do momento que viveu conosco.

4. Ofereça um retorno da escuta que você fez

Pratique uma escuta ativa: depois de ouvir, ofereça um retorno, de maneira simples, relatando o que você escutou do que foi dito. Cheque se o que você entendeu foi realmente o que o outro quis dizer.

5. Escutar além das palavras

A escuta ativa tem outras dimensões que vão além do significado das palavras: ouvir o outro também inclui o sentido da visão, pois sabemos que 80% do que é dito vem do gestual, do corpo, das mãos, do olhar, das expressões faciais, da frequência da respiração.

Escutar atenta e ativamente pode transformar seus diálogos! Que tal experimentar?

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Ângela Rorato

Ângela Rorato é especialista em educação e formada em Estudos Sociais. É instrutora em cursos de mediação, negociação, liderança e justiça restaurativa. Mediadora com certificação internacional pelo ICFML e IMAP, é facilitadora de diálogos e de círculos de construção de paz.

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