UX Design é uma área que não se restringe a fazer design de um site ou aplicativo. “UX é uma abordagem holística de um ambiente digital ou híbrido, qualquer que seja a sua finalidade”, define Thais Campas, coordenadora do Master em Gestão Estratégica de UX Design da ESPM. “Pode ser puramente conteúdo com entrega de valor, como um portal de notícias, ou um serviço focadíssimo dentro de um app”.
Quem atua com UX deve ter um olhar abrangente, porque o trabalho vai desde a origem de um projeto até o atendimento ao cliente. O profissional dessa área, também chamado de uxer, acompanha todo o projeto e tem atitude de um líder que sabe conversar com os especialistas de vários departamentos porque conhece um pouco de tudo. Ele tem noção, por exemplo, de custos, métricas e OKR. “Isso é puro planejamento estratégico e o UX responde ao planejamento estratégico do negócio ou do produto, ou dos dois”.
De maneira geral, o mercado aprendeu a ver UX a partir da construção de um protótipo para frente, mas isso é errado porque não é uma carreira para designers, segundo a especialista. O uxer precisa ter noção profunda do negócio, entender a posição da empresa no mercado e em seu segmento, o que ela oferece, quais são seus diferenciais e qual é o seu índice de sucesso.
Pensamento analítico e abdutivo são pré-requisitos mandatórios para um raciocínio ecossistêmico capaz de pensar nas relações de causa e efeito, nos processos e no back-end. A pessoa não precisa entender profundamente de TI, mas deve ser versada para saber pedir. Portanto, é importante estar por dentro das tecnologias e ter uma cultura geral mínima para conversar com um engenheiro ou um arquiteto de sistemas.
Essa visão ampla e holística também envolve conhecimento em marketing, comunicação, comunicação estratégica e institucional, metodologias de planejamento de negócios e noções de princípios de design, entre outros saberes. Todo esse conjunto transforma o profissional em um estrategista de UX.
Existem etapas de trabalho que o profissional de UX vai construir. Quem entra muito no início acompanha a concepção e estabelece as dinâmicas com os gestores de produto e de negócio, e começa a desenhar os processos relacionados àquele objetivo de negócio. “Desenhar não é fazer tela. Você vai, por exemplo, saber quais são as tarefas principais e vai conhecer todos os stakeholders da cadeia de relacionamentos desse negócio”.
O UX designer conhece todos os atores e todas as etapas da cadeia do negócio, que formam uma teia de relacionamento que vai do macro aos pormenores. O profissional classifica os processos e hierarquiza a arquitetura de informação, e assim entende onde existem processos que vão ser customizados de acordo com o tipo de stakeholder ou usuário. É um trabalho extremamente capilarizado.
Dada a complexidade das demandas, atualização é fundamental e o UX Designer tem que estar por dentro das novas tecnologias para saber o que vale a pena implementar. Do ponto de vista da experiência e do back office, ele trata o administrador do projeto e o cliente final como usuários, porque se o negócio não estiver ganhando dinheiro, não vai para frente. É uma relação de ganha-ganha que tem que promover a melhor experiência para o usuário e o melhor controle para se atingir os objetivos.
Toda empresa precisaria de um profissional de UX, já que seu diferencial é ser estratégico. A corporação que adota UX vai fazer um trabalho a longo prazo de relacionamento com o cliente, que é um agente de cocriação.
Na prática, a marca chama o cliente para perto quando necessário. Se tem um e-commerce e percebe que as vendas de determinado modelo de roupa caíram, a empresa abre portas de diálogo com o cliente para que ele fale sobre modelos que gostaria de comprar. Esse compartilhamento é fruto de uma relação de confiança e o consumidor se torna cocriador durante o ciclo de vida do produto.
Para estimular o consumidor a dar uma sugestão, existem recursos como oferecer uma experiência, que pode ser um unpacking de um “recebido”. Esse tipo de ação é muito alinhada com estratégias de marketing e muda a forma de fazer marketing e comunicação institucional.
Uma habilidade que o UX precisa desenvolver é o pensamento abdutivo para fazer análise qualitativa e quantitativa, avaliar o comportamento do consumidor, usar ferramentas de pesquisa qualitativa e quantitativa de ambientes de negócio e usuários (BI, Bigdata, Analytics, etnografia, grupo de foco, teste de usabilidade).
Outras habilidades necessárias são conhecimento de marketing e estratégia de conteúdo. Para isso, é necessário conhecer o conteúdo e ter boa redação, algo que não é tão simples quanto parece nos dias atuais, já que muitos estudantes não redigem bem e isso se traduz em deficiência de comunicação em sites, por exemplo. O UX designer também precisa ter noção de estratégias de comunicação integrada. “Não é pouca coisa e exige muita senioridade do profissional”.
A ESPM ensina UX Design na graduação em Design, que explora o design em diversas áreas. Há uma especialização em EX e UI oferecida nos cursos do Dynamics e o Master em UX, coordenado por Thais.
A abordagem do Master é mais aprofundada e foca muito em negócios e marketing, porque visa formar profissionais que vão tirar um projeto do papel e transformar uma ideia em realidade, criando as bases e desenvolvendo um plano tático operacional. Eles desenvolverão uma nova visão estratégica e aprenderão a lidar com gestão de pessoas, análise dos índices de sucesso e planejamento financeiro do projeto digital, por exemplo.
“O aluno vai conquistar essas habilidades e vai estar preparado para um mercado em constante inovação e muito agressivo, dinâmico, sem rotina e desafiante”, diz Thais. “É para quem gosta disso. A pessoa que gosta de ficar ali, fazendo os programinhas dela, não vai conseguir se ajeitar ali (em UX)”.
O perfil dos estudantes do Master é variado: profissionais em migração de carreira, recém-formados que querem se especializar, pessoas que estão buscando liderança, designers, pessoal das áreas de comunicação, tecnologia, administração e até engenheiros.
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