10 dicas sobre como melhorar a comunicação com sua equipe

Especialista lista os principais pontos que um bom líder deve trabalhar para ser assertivo na conversa com o time

Um bom gestor deveria se preocupar sobre como melhorar a comunicação com sua equipe, já que ela é a chave para manter um clima saudável no trabalho e garantir as entregas desejadas. Afinal, se ele não se expressa com pode ser que não receba o que necessita.

Para melhorar a maneira como a liderança se comunica com seu time e com outros setores da empresa, o #Trendigns conversou com Alessandra Becker, professora de Liderança Comunicadora nos cursos de Educação Continuada da ESPM, que elencou 10 dicas sobre o tema. Confira:

O autoconhecimento ajuda a identificar o estilo de comunicação do indivíduo e a lapidar o que for necessário para melhorar suas relações interpessoais. Não importa se a pessoa escolheu fazer terapia, mapa biográfico ou mapa astral para se conhecer. O que importa é entender o seu funcionamento nos relacionamentos.

Empatia não é aquela frase feita de “se colocar no lugar do outro”. Ser empático é desenvolver uma habilidade real de entender as ideias e crenças dos outros, compreendendo que não é necessário concordar, mas é possível aceitar pessoas que pensam diferente. A empatia também é afetiva, é perceber que emoção está presente no outro e tentar entender como ele se sente ou perguntar como ele está e se empenhar em ajudar, se necessário.

No livro O Palhaço e o Psicanalista, Cláudio Thebas e Christian Diunlker falam sobre os desescutadores. Pessoas quem completam a frase do outro, que respondem ao interlocutor com dados estatísticos, que têm tendência de aconselhar e dar palpite, que julgam e minimizam os sentimentos alheios e que competem pelo sofrimento, dizendo que a sua dor é maior. “Quem pratica a escuta ativa pode aprender algo novo. Devemos escutar para compreender, em vez de escutar para responder”, ensina Alessandra.

A comunicação assertiva precisa de pedidos claros. A fala tem que ser específica, sem palavras técnicas ou carregada de jargões, e se necessário deve vir acompanhada de exemplos. Também é importante definir prazos com datas e horários específicos e determinar objetivamente quem faz o quê.

Toda fala tem uma intenção, portanto a comunicação tem que ser relevante e as pessoas precisam entender a importância do que está sendo dito, trazendo o porquê, a dimensão, o impacto e o propósito. Portanto, quem comunica tem que se preparar para deixar a intenção clara e fazer com que ela seja captada.

A comunicação precisa ser feita com autorresponsabilidade, então é fundamental falar na primeira pessoa. Isso faz toda a diferença para quem escuta. “Se você falar ‘eu penso que a gente deveria revisitar tal processo’ é diferente de dizer ‘no meu time a gente acha que não está dando certo’. Você vai ter muito mais chances de ser escutado assumindo a autorresponsabilidade”, explica Alessandra.

É papel do líder criar um ambiente seguro e se colocar no lugar do não sabedor. Isso permite que ele admita que não sabe tudo e vai buscar a resposta, ou que errou e assume a falha. O gestor também deve cultivar um ambiente para as pessoas serem quem são, sem medo de assumir sua orientação sexual, etnia, cor e qualquer aspecto relacionado com a diversidade e a inclusão. “A segurança psicológica é a crença compartilhada de que eu posso correr riscos interpessoais”. Na prática, permite que as pessoas se expressem sem medo de errar e estejam disponíveis para melhorar.

O fato é o que de fato aconteceu. Se o gestor diz “fulano não presta atenção na reunião”, isso é um fato ou julgamento? É um julgamento e o líder tem que observar isso, pensando que quando essa pessoa é interpelada em uma reunião e pede para repetir a pergunta porque estava respondendo mensagem no celular, esse é o fato. “O julgamento foi ‘ela não presta atenção’. Então (o gestor) tem que trazer fatos observáveis, ou seja, questionar ‘o que eu observei que me levou a acreditar naquilo?’. Separar o que é fato de julgamento é essencial”.

A intenção é algo que pode não se concretizar, já a promessa é quando alguém dá a palavra. Se o gestor ou um membro da equipe pergunta “posso contar com você?” e recebe um “sim” como resposta, um dia ele vai pedir ajuda e a promessa tem que ser cumprida. Isso é um compromisso de honra, é um comprometimento que não pode ser negado.

O feedback é o retrato de como o líder se comporta e, consequentemente, de como vai ser lembrado. Dar retorno não é falar de qualquer jeito, ao contrário, é necessário se preparar. Criar um espaço acolhedor e trazer dados e fatos para mostrar o que pode acontecer quando um relatório com erros é enviado para um cliente. É importante ser específico e claro na reprimenda, sem ser agressivo.

Quando fizer um elogio, em vez de dizer genericamente que alguém fez um ótimo trabalho é mais eficiente dizer que foi muito bom o colaborador ter entregado o relatório antes do prazo porque deu para revisar o material com mais cuidado.

Não se pode ignorar o fato de que as novas gerações têm mais necessidade de feedbacks imediatos, porque já estão acostumadas com respostas automáticas das redes sociais. As pessoas têm demandas específicas e a liderança tem que estar atenta a isso.

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