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Entenda o que é storytelling e veja exemplos de sua aplicação

Patrícia Rodrigues
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Especialista da ESPM apresenta as narrativas mais conhecidas e dá dicas para incorporá-las às comunicações corporativas

Existem mil e uma maneiras de contar histórias, certo? Como a tradução já sugere, storytelling é a arte, mas também o conjunto de técnicas para criar e construir narrativas (ou, popularmente, histórias) — seja para transmitir informações, envolver o público em uma ideia, manter vivas tradições e gerar entretenimento. Quem nos conta tudo sobre a técnica é JC Rodrigues, professor em cursos de pós-graduação da ESPM, que também nos deu alguns exemplos de storytelling.

“O storytelling é utilizado em treinamentos, construção de identidade de marca, eventos, publicidade, desenvolvimento de cultura corporativa, educação, até mesmo na arquitetura, entre outras aplicações”, comenta o professor.

Esses exemplos mostram a criação de narrativas em ambientes variados, seja para exaltar os feitos de uma pessoa ou empresa, para alertar quanto a consequências (positivas ou negativas) de uma ação, para transmitir conhecimentos ou gerar senso de pertencimento entre um grupo social, bastante explorado em algumas culturas corporativas.

Além disso, técnicas para construção de personagens podem ser transpostas para outros contextos, como desenvolver uma identidade de marca, realizar treinamentos para líderes incorporando elementos em situações pontuais (coletiva de imprensa, gerenciamento de crise etc.).

Tipos de narrativa

Conheça algumas formas de contar histórias:

Romances: narrativas ficcionais que exploram diversos acontecimentos ao longo de uma trama, com núcleos de personagens que se entrelaçam ao longo da história.

Contos: textos curtos, com poucos e indiferenciados personagens, e desafios da vida comum (mesmo que eventualmente se passe em mundo fantásticos, com personagens irreais, no caso de Contos de Fadas).

Mitos: História com personagens extraordinários (deuses, heróis, guerreiros) enfrentando desafios dificilmente ultrapassáveis.

Fábulas: histórias fantásticas, envolvendo geralmente personagens animais antropomorfizados, que possuem um ensinamento moral.

Lendas: narrativas de acontecimentos fantásticos ou inverossímeis (ainda que deturpados de acontecimentos reais).

Crônicas: narrativas informais que tratam de fatos do dia a dia, buscando um ponto de vista irônico ou sarcástico de situações mundanas.

O professor ressalta que as narrativas também influenciam e ajudam a construir a cultura corporativa, a forma como as pessoas agem dentro da companhia. “Então, em determinadas empresas certos comportamentos são estimulados e valorizados, enquanto outros são criticados e não endossados.”

Exemplos de uso do storytelling

Alguns exemplos de incorporação da visão lúdica do storytelling em iniciativas de marca:

Peças de comunicação da Johnnie Walker: todas exploram uma estrutura narrativa nomeada como A Jornada, reforçando a resiliência perante uma continuidade de desafios – atitude que, não por acaso, reflete seu slogan: Keep Walking.

Nike: incorpora em sua identidade o perfil arquetípico do Herói, que possui a coragem e bravura para enfrentar qualquer desafio, mesmo que isto pareça impossível.

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Como fazer storytelling

É possível trabalhar com técnicas de storytelling construindo uma comunicação sólida sem necessariamente estar “escrevendo uma narrativa” — isto é, ela pode ser realmente imersiva e não apenas uma sucessão de eventos contada de forma linear.

De acordo com o professor JC Rodrigues, para isso, devemos considerar duas premissas primordiais: a exploração das emoções humanas e a partícula fundamental das histórias: “E se?”. “A comunicação por meio das histórias visa incorporar a emoção à retórica. Compreender como o ser humano sente e processa emoções é o primeiro passo antes de se enveredar pelo mundo do storytelling”, acrescenta.

Esse processo ajuda a entender como as histórias transpõem o público para um mundo alternativo, tirando-o do conhecido e “sequestrando” sua atenção na compreensão de um universo fantástico, nas relações parassociais criadas com personagens ficcionais e no espelhamento de conflitos destes personagens frente a um desafio externo ou à sua natureza exploratória.

Além disso, existem algumas etapas anteriores ao enredo em si (antes do Era uma vez…), como o histórico para o enredo. O universo narrativo compreende (dentro das histórias) o ambiente, onde a história se passa, a relação da história com o tempo (tanto quando a história acontece como a forma que a linha do tempo (da história) se dá, se é linear ou vai para frente e para trás (como em Harry Potter).

O que é e como funciona o storytelling com dados

No universo do storytelling existe ainda uma técnica para apresentação de dados de maneira lógica e atraente. Trata-se do storytelling de dados, que pode ser aplicado em relatórios de vendas, performance, dados de mercado, entre outros.

Na prática, é criar uma história que envolva tais dados em uma estrutura narrativa – de onde viemos, como cada conjunto de dados se conecta entre si, para quê eles estão ali e onde se espera chegar com isso tudo.

“Dessa maneira, evita-se que a apresentação de dados seja uma sequência de slides independentes entre si, contendo enormes quantidades de números soltos, muitos deles inúteis e não hierarquizados quanto à importância para a tomada de decisão, que é objetivo final da análise de dados”, esclarece o professor. ”Claro que, para tal, as informações também devem ser dispostas visualmente de uma forma categorizada, facilitando a compreensão da mensagem e do aprendizado por trás de gráficos e tabelas.”

O termo se popularizou a partir de livros (como “Storytelling com dados”, de Cole Knaffic) que têm como foco justamente comunicação visual dos dados vinculados à construção retórica em uma apresentação.

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Patrícia Rodrigues

Jornalista colaboradora do Trendings.

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