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Os fatos mais importantes da mídia em 2020, segundo o ‘Meio & Mensagem’

Jorge Tarquini
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Como faz todos os anos, a equipe do jornal lista os maiores destaques em suas plataformas de conteúdo

Discutir se a comunicação sofreu mais ou menos com a pandemia que outros segmentos da economia é uma falsa questão: precisaremos de um certo distanciamento dos eventos devastadores de 2020 para poder avaliar os reais estragos (e oportunidades) dos eventos globais. Fato é que a indústria precisou se reinventar (e não de forma metafórica). E, nesse processo, alguns eventos já podem ser apontados como determinantes para o presente e para o futuro.

Como faz todos os anos, o Meio & Mensagem elaborou sua tradicional lista de fatos mais importantes da Mídia. Ao contrário de listas que apontam os melhores filmes, livros, músicas e fatos mais importantes a partir de gostos pessoais de quem faz a seleção, a equipe da publicação levanta as notícias mais lidas e comentadas e aquelas que geram desdobramentos no setor. A ideia é ser um indicador ou farol daquilo que merece nossa atenção e nos deixar alertas.

TikTok

Além das vacinas chinesas (ou que levam insumos produzidos por lá), o país asiático dominou o mundo das redes: o TikTok, com a marca ByteDance, superou a marca de 2 bilhões de downloads. Engana-se, porém, quem acha que tudo vai girar em torno de dancinhas: as empresas já entenderam que é hora de embarcar na plataforma. Inclusive, o TikTok já oferece formatos de mídia e soluções comerciais para empresas. Mesmo com a ameaça de banimento dos Estados Unidos por Trump, com acusações de uso de dados dos usuários, a Oracle anunciou sua parceria tecnológica com o app em setembro.

Lives e reprises

Sem poder produzir no mesmo ritmo de antes da pandemia e com a falta de eventos esportivos, o estoque de produções das TVs chegou ao “volume morto”. Entrou em cena, de saída, a estratégia “vale a pena ver de novo”: reprises de novelas, séries e jogos históricos, decisões, vitórias brasileiras em todos os esportes, incluindo até a saudosa boa fase tupiniquim na F1. E não é que deu resultado até comercial? Marcas com bom radar para oportunidades chegaram a fazer campanhas de oportunidade com atores. Na outra ponta, das novas produções, um termo entrou no idioma audiovisual brasileiro (principalmente no Youtube): live. A ponto de a brasileira Marília Mendonça ter batido, em abril, o recorde de live mais vista no mundo com 3,2 milhões de espectadores simultâneos.

Fake x news

Um efeito colateral da pandemia que merece nossa comemoração: o Jornalismo profissional como protagonista na atenção de todos nós contra a desinformação e as fake news. Vale destacar, nesse sentido, a formação de um consórcio de veículos de informação para reunir dados confiáveis sobre a Covid-19 (em um momento em que o Governo Federal não conseguia a rapidez e a precisão que a situação exigia) – e ainda a mudança de política comercial de alguns veículos, como  Folha, Estadão, O Globo e Globonews, que liberaram integralmente seus conteúdos para não assinantes.

Jogo embolado

Não foi apenas a interrupção dos campeonatos que afetaram o futebol brasileiro. A Medida Provisória (MP) publicada em junho pelo presidente da República, concedendo ao time mandante da partida a exclusividade dos direitos de negociação de uma partida, embolou o meio de campo. A ponto de o Flamengo encerrar sua parceria com a Globo no Campeonato Carioca e jogos sendo transmitidos tanto pelo YouTube quanto pelo SBT – que papou a Libertadores após o rompimento da Globo com a Conmebol. Na esteira dessas mudanças, tudo indefinido no campo da bola, da F1 e de outros esportes.

Filme triste

Com queda de 75% no faturamento de bilheteria e projeção de fechamento de 30% das salas de cinema do país (projeção da Associação Brasileira de Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex – Abraplex), o cinema viu se antecipar uma tendência que já se desenhava no horizonte: filmes lançados diretamente em plataformas de streaming. Mas as projeções coletivas buscaram no passado sua forma de se manterem vivas: a volta dos cinemas drive-in.

Desembarque do Mickey

Com 73 milhões de assinantes ao redor do globo, em novembro foi a vez do Brasil experimentar a tão esperada plataforma de streaming Disney+ – que traz na bagagem as grifes Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic. E a chegada foi de gala: marcas como Vivo, Bradesco, Mercado Livre, Mercado Pago e até sua concorrente Globoplay ofereceram pacotes com preços vantajosos para quem quisesse experimentar o SVOD (Subscription Video on Demand). Mas a briga não está ganha: além de todos que já estavam instalados por aqui, a disputa por espectadores contou ainda com Pluto TV (ViacomCBS), VIx Cine TV, DirecTV Go… E não haverá vida fácil: Discovery já está de malas prontas.

Hoje é um novo dia, de um novo tempo...

A queda de receita publicitária nas TVs abertas tem feito todas as redes repensarem suas estruturas e formas de comercialização. O fato mais notável vem da Globo – que remodelou absolutamente tudo: equipe e até mesmo o foco anunciante. A ponto de criar uma plataforma voltada para pequenas e médias empresas, com mídia programática baseada no que já conhecemos bem na internet. Preços acessíveis e menos dependência de acordos nacionais.

Universo em expansão

O ano começou quente no mercado do out-of-home (OOH): em janeiro, os gigantes Eletromidia e Elemidia se fundiram em uma única empresa. Para quem não sabe, esse é o terceiro setor que mais cresceu em participação no investimento publicitário no Brasil nos últimos três anos – e já ocupa a terceira posição no ranking brasileiro. Para o setor, 2020 foi um “intervalo”, com menos pessoas circulando por causa da pandemia: 2021 iniciará uma retomada gradual.

Marketplaces em alta

Com o avanço vertiginoso das vendas por e-commerce, a publicidade em marketplaces simplesmente explodiu – uma vez que se tornaram hubs perfeitos de soluções publicitárias para tempos de distanciamento social. A ponto de o Magazine Luiza ter adquirido duas empresas especializadas, a In Loco Media e o Canal Tech. Por outro lado, a Via Varejo não deixou escapar a oportunidade de permitir que vendedores promovessem seus produtos na sua plataforma – na trilha já percorrida por players como OLX e Mercado Livre, que buscam ofertas contextualizadas para aproximar consumidores e anunciantes. Novos players já entraram ou se preparam para entrar em campo com plataformas de marketplaces próprios: SBT, Canal Rural e até Band.

#StopHateForProfit

Em junho, marcas como Coca-Cola, Adidas, Ford e Diageo atenderam ao apelo nas redes sociais de associações de direitos civis dos Estados Unidos e interromperam a veiculação de sua publicidade no Facebook. O propósito? Levantar a discussão em torno da importância de marcas se atentarem ao conteúdo ao qual os anúncios de suas marcas estão conectados. A isso deu-se o nome de brand safety. E a hashtag #StopHateForProfit mirou o a rede de Zuckerberg para forçar a adoção de medidas mais eficazes no combate aos discursos de ódio. A empresa anunciou a contratação de uma auditoria externa para rever suas políticas de conteúdo.

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Jorge Tarquini

Curador do #Trendings.

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