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Vai dar um feedback? Utilize técnicas de comunicação não violenta

Maytê Carvalho
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Feedback bom é aquele que termina com ponto de interrogação, não ponto final

Posso te dar um feedback? Geralmente quando alguém nos aborda com essa pergunta, ficamos apreensivos pelo que está por vir. Muito do feedback tem a ver com a percepção do outro sobre um fato e narrativa. Às vezes, a gente acha que está com raiva e diz: “Eu fui humilhada, estou sobrecarregada, fui excluída deste projeto”. E muitas vezes… Isso não passa de  uma narrativa da nossa cabeça.

O processo de comunicação contribui decisivamente para a construção do poder no equilíbrio, no desenvolvimento e na expansão das empresas e das instituições. Este processo permite a integração e, por conseguinte, a disposição ordenada das partes de uma organização.

Um dos aspectos relacionados à comunicação é a tentativa de compreender e de se fazer compreendido de modo aprazível. Assim sendo, uma das exigências básicas do processo é o relacionamento com o outro. Some-se a este entendimento que o relacionamento entre pessoas é um dos elementos que pode afetar o clima em um ambiente de trabalho.

O feedback, principalmente, realizado no ambiente corporativo deve ser organizado a partir das concepções da comunicação não violenta (CNV).  Feedback bom é feedback que termina com ponto de interrogação, não ponto final, já que a CNV trabalha com o pedido.

A comunicação não-violenta, criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, se fundamenta em habilidades de linguagem e de comunicação que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas.

Trata-se de uma filosofia aplicada à linguagem, a qual convida as pessoas a extinguirem de suas falas tudo o que o autor designa como “comunicação alienante da vida”, para assim chegarem à CNV. O psicólogo entende que, as relações humanas, familiares ou profissionais, podem melhorar substancialmente. Sua teoria é afiançada por vários estudiosos e líderes mundiais, dentre eles Gandhi, o qual afirma que “se mudarmos a nós mesmos, poderemos mudar o mundo, e essa mudança começará por nossa linguagem e nossos métodos de comunicação” .

A comunicação não violenta compreende basicamente quatro componentes que se iniciam com a observação do que afeta nosso bem-estar e, consecutivamente, a identificação de como nos sentimos, o reconhecimento daquilo que gera nossos sentimentos e, por fim, as ações concretas que pedimos para colaborar, positivamente, com a nossa vida.

Então, em vez de falar:

“Poxa, fiquei esperando o seu retorno sobre o relatório, mas como você não falou nada, tive que mandar assim mesmo pra diretoria”. Você pode dizer: “Eu fico mais seguro quando você olha os relatórios antes. Para mim seria importante se pudesse analisá-los antes que eu encaminhasse para a diretoria”. Simples assim.

“Você me entrega essas atividades sempre em cima da hora. Você estragou esse projeto”. Você pode dizer: “Não consigo trabalhar com entregas em cima do prazo, gostaria de ter ao menos um dia para checagem e ajustes finais”. “Vocês poderiam me entregar um dia antes?”.

E, por último, pedidos claros e específicos. Em vez de: “Gostaria que você confiasse mais em mim”, você pode dizer: “Eu gostaria de ter a oportunidade de liderar sozinho, pela primeira vez, o projeto”.

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Maytê Carvalho

Diretora de estratégia de negócios na TBWA Los Angeles. É autora do best-seller “Persuasão - como utilizar a retórica e a comunicação persuasiva na sua vida pessoal e profissional”. Venceu a edição especial do programa O Aprendiz e foi eleita uma das top 6 empreendedoras do Brasil pela Revista GQ com o app Beleza de Farmácia.

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