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Tempo: o que tecnologia nos prometeu – mas será que entregou?

Jorge Tarquini
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Ao nos seduzir com um futuro em que nos livraríamos de tarefas que consomem nosso tempo, talvez não tenham dito a verdade. Ou seríamos nós que não entendemos como brincar?

Ao simplificar algumas tarefas ou simplesmente tirá-las de nossas mãos, a tecnologia nos encanta com a promessa de sempre: garantir mais tempo livre. O que me intriga é que, mesmo com os saltos quânticos alcançados pela tecnologia, o que menos temos a cada dia é… tempo.

A primeira hipótese é a de que isso não seja bem verdade. Ou seja: que a tecnologia não teria esse poder. Apesar de ter nos “livrado” de algumas atividades, a rapidez com que ela cria “soluções” não acompanha o ritmo de mudanças nas demandas do dia a dia.

Se você acredita nisso, convido a me dizer onde está o “gap”. Afinal, em nossas casas, não estamos mais presos ao tanque para lavar nossas roupas, temos robôs para varrer e aspirar o chão e podemos programar até a máquina de café ou de fazer pão para se acionarem sozinhas para que, ao acordarmos, tudo esteja pronto – e quentinho. E estamos no limiar de um tempo em que, por causa dos carros autônomos, poderemos usar o tempo no congestionamento não mais para ficar apenas preso atrás do volante, mas para ver um filme, dormir, ler etc.

A segunda hipótese (que, confesso, me parece mais plausível): nós mesmos nos sabotamos. E das formas mais banais, simplesmente jogando fora com a tecnologia o que ela mesma nos dá: tempo. Cada segundo livre que conquistamos graças às inovações dedicamos alegremente à… tecnologia. Olhamos o smartphone, entramos nas redes, checamos o Whats, entramos num site, acessamos um app… E, quando vemos, não sobrou nem um minuto livre sequer para fazer mais nada. E o que temos de fazer está sempre (e invariavelmente) atrasado.

A tecnologia, que é sensacional, encantadora, revolucionária (e indispensável), se torna um algoz – e com a nossa autorização e decisão. Ela nos dá com uma mão e nos tira com a outra, conosco entregando com prazer.

Não é novidade para ninguém que, hoje, por exemplo, trabalhamos muito mais do que há 10 ou 20 anos (e o home office apenas deixou isso ainda mais exacerbado). E as comparações de produtividade com as décadas anteriores estão aí para não me deixar mentir.

Minha conclusão (que não tem nada de científica, mas apenas a observação de um abelhudo) é a de que a tecnologia nos deu, sim, mais tempo. Muito, por sinal. Nós é que não entendemos como lidar com ele…

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Jorge Tarquini

Curador do #Trendings.

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