“Falavam de futuro do trabalho em 10 anos. De repente, tudo aconteceu no ano seguinte”. O comentário é de Maria da Rocha Cavalcanti, consultora de processos de colaboração e treinadora da metodologia de gestão participativa Dragon Dreaming. Ela palestrou sobre liderança facilitadora no 2º Encontro Nacional de Carreira e Mercado da ESPM.
A especialista abriu sua a apresentação destacando mudanças que estão impactando as organizações e o modo de trabalho, especialmente após o início da pandemia de covid-19. Por exemplo, jornadas de trabalho menos rígidas e uma mistura entre a vida privada e o trabalho.
“Falávamos muito do mundo VUCA, que trazia esse contexto de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade”, lembra Maria. “Na pandemia foi criado um outro termo que é o BANI (acrônimo em inglês para Frágil, Ansioso, Não Linear e Incompreensível).”
Segundo a especialista, neste novo cenário, é importante que o líder desenvolva novas habilidades e promova processos mais colaborativos. “A gente precisa cada vez mais trazer a empatia, a vulnerabilidade e a criatividade”, sugere. Ela exibiu uma lista de habilidades apontadas pelo Fórum Econômico Mundial como as que estarão em alta no mercado de trabalho até 2025.
“Não é essa coisa de estar no comando. Mas cuidar de quem está sob seu comando”, diz a especialista, sugerindo que isso deve ser construído no dia a dia da relação com os colaboradores.
Além de criar um ambiente positivo para os colaboradores, a especialista destaca que líderes devem atuar para que organizações também sejam melhores para clientes e a sociedade em geral. “Ter esse olhar mais amplo também é trabalho do líder”.
Uma das formas é investir na facilitação, processo em que são incentivadas a colaboração, o diálogo, a empatia, diversidade e inclusão. Maria explica que um líder facilitador ajuda a criar significados [para o que as pessoas estão executando] e um espaço de segurança e experimentação para que juntos possam chegar as soluções. “Começar a desmistificar isso de que a ideia vai vir de uma pessoa. A inteligência do grupo, do coletivo, é sempre maior.”
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