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Assumir erros no trabalho?

Jorge Tarquini
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Ainda não é algo comum ou corriqueiro no mundo corporativo – mas empresas e profissionais que já incentivam ou assumem essa corajosa postura colhem bons frutos

Quando algo sai errado no mundo do trabalho, todo mundo aciona o modo “tirar o meu da reta”. Que vai “sobrar” para alguém é mais do que esperado… Assumir erros ganhou até um neologismo em nossa língua: sincericídio. No fim do dia, todo mundo disfarça e segue em frente – fingindo lamentar o resultado ruim para a empresa e também para o que acabou com o “mico na mão” (e, certamente, expiará os pecados de todos sendo punido ou demitido).

Ok, todo mundo feliz… Mas todo mundo bem? Não!!! Para a empresa, perde-se uma enorme oportunidade para realmente entender o que saiu fora do esperado na conduta e nos processos – e usar erros para aprender e se aprimorar. Para as pessoas, alimenta-se a hipocrisia e a falsa postura de “eficiência” – tornando o ambiente tóxico para todos, já que, com 110% de certeza, vai acontecer outra meleca em breve. E dê-lhe “tirar o meu da reta”…  O problema é que, como dizia meu pai, “saber de quem é a culpa não resolve o problema”. Ou seja: autoengano para todos.

Ainda não é comum nem que profissionais vençam esse pavor de exposição e tampouco que empresas saibam lidar com esses profissionais e essas circunstâncias. A quem tem se aventurado nesse pantanoso terreno movediço, há alguns aprendizados interessantes.

O primeiro deles é a descoberta de que processos assim podem ser mais dolorosos, mas mais sadios, efetivos e eficientes. É como um médico que adota um tratamento mais radical (ou até doloroso), mas que resolveria o problema – em vez de escolher tratar algo grave com compressas de água, sem sofrimento para o paciente…

O segundo é promover mesmo uma mudança cultural importante no ambiente corporativo, no qual profissionais e até chefes incompetentes não vão se esconder nos desvãos desse joguinho de esconde-esconde: se a postura não é de “crime e castigo”, mas de “precisamos de gente que assume riscos e assume as consequências”, certamente se desnudará posturas que, no final do dia, prejudicam a empresa e as equipes.

Afinal, quem é que se arriscará com caminhos diferentes se, quando algo der certo for “trabalho em equipe”, com o sucesso com fila de “pais” a assumir a paternidade – mas, se der errado, será tipo “filho de chocadeira”?

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Jorge Tarquini

Curador do #Trendings.

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