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Carreira é como casamento…

Jorge Tarquini
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…sofre com o peso do cotidiano e, se não houver momentos de discutir a relação, seu término será apenas questão de tempo

Dou aulas somente para turmas do terceiro ano na graduação em Jornalismo. No primeiro dia de aula com cada turma nova, sempre me dou como tarefa reservar boa parte do tempo para um exercício de “resgate” do que chamo “brilho no olhar”. Explico…

Nesse ponto do curso, início do terceiro ano, os estudantes estão exatamente no meio do curso. Equidistantes do início e do final do caminho. Ou seja: em alto mar, sem enxergar o porto de onde saíram (alegres e com todo o gás) e sem terra à vista para desembarcar (e terminar a cansativa jornada).

Para renovar o entusiasmo inicial exatamente nesse “modorrento” ponto da viagem, proponho um exercício no qual cada um precisa se lembrar de pontos-chave de sua trajetória: peço que recriem sua “jornada do consumidor”.

Dessa forma, em um jogo de memórias emotivas, eles são convidados a rememorar como nasceu o interesse pela carreira. Qual o exato momento em que a escolheram, como foi pesquisar sobre a ela, de que forma descobriram as escolas que ofereciam o curso (e quais disciplinas eles oferecem), o que os fez se decidirem pelas faculdades nas quais prestaram vestibular e como foi a emoção de marcar o “x” no curso de Jornalismo no formulário de inscrição. Como parte final, qual foi a sensação de terem sido aprovados e, claro, o que sentiram no primeiro dia de aula.

Aí, brinco que esquecer o que fez seus olhos brilharem na fase do “namoro” é exatamente a mesma coisa que nos faz terminar relacionamentos: a gente não lembra mais do que nos atraiu naquela pessoa, do que nos despertou a vontade de tê-la na nossa vida. Sobra apenas o que os olhos alcançam com o natural cansaço da convivência. O segredo, explico então, é nunca esquecermos do que nos trouxe até aqui… Afinal, mesmo depois de se formar, o próprio trabalho pode nublar essas memórias. E jogar tudo para o alto é sempre a opção mais fácil.

Com a carreira é a mesma coisa. A menos que haja questões fundamentais (a empresa não paga seu salário, sua chefia faz coisas escusas, as condições de trabalho são humilhantes), no momento em que bate aquela sensação de “já deu” ou de “não vejo mais sentido” ou “bateu cansaço” , que tal vasculhar sua memória afetiva e lembrar se tudo aquilo que fez você se apaixonar por aquele trabalho ou empresa ainda faz sentido – e o que mudou a ponto de você não mais reconhecer o lugar encantador do passado?

É saudável também lembrar que a “satisfação pessoal”, no caso do trabalho, pode depender mais de um projeto pessoal (nem sempre o trabalho que garante o pão vai também ser o que alimenta a alma…). Portanto: tenha projetos seus ligados à sua profissão.

Então, após refletir, resta apenas uma pergunta a responder: mudou o entorno ou mudou você?

Mesmo que o desfecho dessa “DR” seja o trancamento, o divórcio ou um pedido de demissão, esse exercício vai servir para uma coisa apenas (mas que vale muito): para que você não repita os mesmos erros na sua próxima paixão acadêmica, romântica ou profissional…

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Jorge Tarquini

Curador do #Trendings.

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