Se estiver insatisfeito… saia!

“Não é o momento”, “a situação do país está complicada” ou “onde vou conseguir outro emprego?” são argumentos fortes para que a gente não saia chutando o balde, virando as costas e largando um emprego ou um trabalho – apenas porque não estamos “satisfeitos”. Afinal, o número de desempregados assusta e comove, a maioria dos setores está em crise ou em fase de mudança profunda (inclusive das relações de trabalho).

Então, pergunto: e se as “perfeitas condições de temperatura e pressão” no momento, no país e no mercado, suficientes para que você mude sua situação, levarem anos para chegar – se é que um dia chegarão?

Como sair dessa sinuca de bico? Por mais complicado que pareça, só depende de você. Efetivamente, já sondou o mercado? Já conversou com amigos e colegas confiáveis sobre as empresas nas quais eles trabalham? Já se aventurou em algum processo de seleção apenas para, como um “treineiro” de vestibular, testar como anda seu jogo de cintura, sentir a atmosfera fora de sua atual empresa e entender como os processos de seleção estão ocorrendo no momento?

Pode ser que encontrar uma oportunidade que seja atraente leve o mesmo tempo que aguardar as tais “condições perfeitas de temperatura e pressão” – mas com uma diferença: ao se movimentar no tabuleiro, você avança no preparo para quando surgir uma chance real e terá muito mais condições de até poder escolher. E resolver o impasse da insatisfação.

E digo isso porque já cansei de ouvir histórias de colegas e amigos que, diante desse tipo de impasse, decidiram que um salário igual ou até um pouco menor seria vantajoso diante de novos desafios, a volta do entusiasmo e o fim da insatisfação.

Da mesma forma que ninguém vai bater na sua porta oferecendo a “chance da sua vida”, ninguém vai se preocupar com sua insatisfação (aliás, isso se não interferir no seu desempenho, o que pode dilapidar sua imagem profissional).

Assim, aproveite essa decisão de começar a se mexer e use o tempo a seu favor: converse com a família, parceiros, cônjuges, colegas e amadureça a ideia – e mantenha seu poder de escolha. Sem isso, aumentam as chances de, por absoluto esgotamento, ter de agir por reação: sair chutando o balde, virar as costas e largar um emprego ou um trabalho…