Intercâmbio hoje é essencial ou diferencial? As empresas e recrutadores têm preferência por algum país? Intercâmbio com trabalho é melhor? Viver no exterior sem estudar também é considerado um intercâmbio? Para responder a essas e outras questões e entender como funciona o intercâmbio, conversamos com Adriana Gomes, coordenadora nacional da área de Carreira e Mercado da ESPM. A especialista em recrutamento e seleção e orientadora de carreiras revelou ao #TMJ o que mais chama a atenção das empresas e recrutadores quando o assunto é uma experiência internacional.
A aquisição de algumas competências socioemocionais, como autonomia, capacidade de lidar com situações difíceis e se dar bem nelas. Além disso, lidar com o diferente, capacidade de adaptação e lógico que o idioma, que vem de brinde nessa história.
Já foi um diferencial. Vivemos hoje em um mundo globalizado. Quem tem a possibilidade de ter uma experiência fora do país pode ampliar a questão da percepção cultural e da diversidade. Quando você viaja ao exterior, tem a possibilidade de ver pessoas de diversos países convivendo em escolas ou repúblicas. Assim você convive com o diferente. E como o mundo está muito globalizado, essa experiência pode fazer uma grande diferença. Você sai da escola que é tipo um castelinho em que você convive com as mesmas pessoas durante muito tempo e vai entender que existe algo muito maior.
Também vai depender do que a empresa procura. Eu, particularmente, entendo que os cursos são sempre mais agregadores, porque além de aprender o idioma você adquire algum conhecimento. Acho que o curso é a cereja do bolo.
Chama mais atenção porque a pessoa que passa por isso já é inserida em um ambiente profissional e de exigência. O trabalho é uma forma de socialização também. O trabalho cumpre um papel social muito importante na vida de qualquer pessoa, seja para inserção, desenvolvimento, aculturamento e para conhecimento mesmo. A experiência profissional conta muito ponto para quem faz seleção.
Pode. Porque é um câmbio, uma mudança. O turismo também é uma forma de aquisição de conhecimento. Tem valor, mas se puder acrescentar um algo mais, melhor. Se a empresa busca uma pessoa com fluência no idioma e o candidato tem fluência no idioma, o que ele fez no tempo livre me importa menos. Agora, se busco uma pessoa com uma visão de mundo mais ampla, a pessoa que potencializou essa experiência com curso ou trabalho, será mais interessante.
Vai depender da matriz da empresa, se vou trabalhar em uma multinacional australiana e fiz o meu estágio na Austrália, melhor. Se eu for em uma multinacional britânica e estudei na Inglaterra, tem um pouco do fit com a cultura. Então pode ter um ganhozinho extra. Por exemplo, se o candidato vai disputar uma vaga em uma multinacional alemã e passou alguns meses na Alemanha, vai ser visto com bons olhos porque conhece a cultura, entende o lugar. Isso tem um fit com a necessidade da empresa.