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O que é inteligência emocional

Roberta De Lucca
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Conheça essa soft skill e veja a importância de reconhecer e gerenciar as próprias emoções

Já é consenso que os profissionais de todos os níveis precisam desenvolver habilidades socioemocionais para o bom relacionamento interpessoal. Entre tantas ferramentas existentes, a inteligência emocional se destaca, tendo sido tema de livros, palestras e cursos. Mas você sabe de fato o que é inteligência emocional? Para entender, conversamos com Gabrielle Viegas Foletto, coach de carreira e professora de pós-graduação e Educação Executiva da ESPM em Porto Alegre.

O termo praticamente se autodefine, ou seja, o indivíduo usa a sua inteligência para lidar com suas emoções. “Quem controla quem? É você versus suas emoções, você tem que conseguir controlar tuas emoções e não ser controlado por elas. Mas isso não é não sentir. A inteligência emocional é reconhecer e gerenciar as emoções, entender como você sente raiva, medo e alegria, por exemplo, e qual desses estados te tira do jogo”, explica a especialista.

Por meio da auto-observação uma pessoa pode aprender a reconhecer o que sente diante de determinadas situações e gerenciar melhor sentimentos. A máxima que diz que “o corpo fala” funciona como uma bússola nesse processo. Perceber o sangue pulsando nas bochechas, o coração acelerado, a respiração ofegante e falar rápido sinalizam que alguma alteração está acontecendo.

Diário das emoções

“O importante é usar a inteligência para controlar a emoção antes de ela se transformar em uma ação como falar alto com alguém ou falar sem pensar. A autopercepção freia a reação intempestiva e faz com que a pessoa tenha uma atitude diferente, como tomar um pouco de água antes de responder ou sair para respirar ou caminhar, se houver essa possibilidade”, diz Gabrielle. Segundo ela, a racionalidade está em um nível acima da emoção. A dica, portanto, é usá-la para tirar o foco da emoção.

Gabrielle conta sua própria experiência de desenvolvimento da inteligência emocional. “Todos os dias eu entrava em conflito com uma pessoa da minha família e sentia raiva. Comecei a fazer um diário onde eu registrava as brigas e o que eu sentia. Com o tempo percebi a recorrência das situações, porque o diário te dá a capacidade de olhar as coisas com distanciamento para entender os padrões de comportamento. Até que um dia eu parei de brigar, porque passei a perceber a raiva antes de ela se manifestar”.

Benefícios da inteligência emocional para a carreira

A inteligência emocional mostra que entre a ação e a reação há a escolha de como reagir. Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page, referência em recrutamento, tem uma frase que Gabrielle sempre leva para a sala de aula: “você dificilmente terá sucesso se tiver uma reação emocional a tudo que é dito para você. O verdadeiro poder está em sair da visão da árvore e se posicionar com a visão da floresta, com clareza e racionalidade. Se palavras podem te controlar, qualquer um pode te controlar”.

E como chegar a esse refinamento de autocontrole para ativar o modo inteligência emocional sempre que necessário e diminuir ou eliminar os conflitos no trabalho? Desenvolvendo as habilidades propostas por quatro pilares da inteligência emocional que Gabrielle aborda com seus alunos e clientes:

Conheça quatro pilares da inteligência emocional

1. Autoconhecimento

O primeiro passo é desenvolver a capacidade de identificar a emoção, entender como ela acontece e como você reage para reconhecer qual te tira do jogo – insegurança, medo, raiva ou culpa, por exemplo. Com o tempo, é possível saber qual é a tendência natural de reação e como você escolhe reagir. O diário das emoções citado por Gabrielle ajuda muito no processo de compreensão dos padrões de comportamento. Ser capaz de livrar-se do mau humor, diz ela, é uma escolha.

2. Gestão das emoções

O cérebro tem uma parte ancestral e reativa que toma decisão com base na intuição, conhecida como cérebro reptiliano. Ele tem um gatilho rápido que é instintivo, enquanto o neocórtex cerebral soluciona problemas, toma decisões e controla as emoções. O gerenciamento das emoções consiste, por exemplo, em não ficar super irritado porque um colega da equipe ou colaborador não fez algo do jeito que você gostaria. Para que essa administração funcione, Gabrielle sugere criar o que ela chama de “régua de reação”, com uma pontuação de 0 a 10 (0 é nada reativo e 10 é extremamente reativo). Dentro dessa escala, que nota você dá para a sua reação?

3. Empatia

Ser empático não é se colocar no lugar do outro, porque você não é o outro. Ser empático é “sentir com as pessoas”, segundo define a pesquisadora e palestrante Brené Brown. Significa o gestor perceber que alguém da equipe não está bem e como está se sentindo, ouvir e oferecer ajuda. Isso conecta as pessoas e resulta em reações mais compreensivas. Um colaborador que acaba de se separar não vai render como de costume. Ao entender isso é mais fácil administrar um atraso em uma entrega. Na empatia, o acolhimento conecta as pessoas.

4. Relacionamento interpessoal

Sabe aquele dia em que você acorda com “o pé esquerdo” ou dorme mal? Conte para as pessoas que não está legal ou teve insônia. Isso evita conflitos, porque todos se conscientizam de que você está em um dia ruim e ninguém vai estranhar seu comportamento. Neste pilar da inteligência emocional, a palavra de ordem é transparência – com os outros e consigo. Nesse sentido, é admitir para si próprio que algo está fora da ordem e não tem problema. A transparência também implica em não fugir das conversas difíceis. Quem cultiva a inteligência emocional aprende a falar o que precisa ser dito de maneira eficiente, clara e sem carga reativa desnecessária.

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Roberta De Lucca

Jornalista colaboradora do Trendings.

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