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Entenda o que são esses grupos e como se faz o gerenciamento dessas tribos

Comunidades digitais são formadas por grupos de pessoas que se reúnem para trocar informações sobre um tema específico. Pode ser futebol, games, cinema, ciência, assuntos acadêmicos, serviços, produtos e marcas. É um espaço em que fãs, profissionais ou estudiosos se encontram e promovem uma interação frequente e engajada, mas, apesar da afinidade entre as pessoas, é necessário fazer a gestão das comunidades para elas se manterem ativas e aderentes a novos membros.

Nos primórdios da internet, as comunidades conversavam em fóruns e grupos de e-mail e hoje elas estão em outros ambientes. “As pessoas acham que comunidade digital é rede social mas não é, mas as comunidades se valem também das redes”, explica Wagner Venturini, especialista em Comunidades e professor de Pós-Graduação e Educação Continuada da ESPM.

Um grupo de WhatsApp pode abrigar uma comunidade, bem como uma live no TikTok ou YouTube. Independentemente da plataforma, as pessoas se reúnem para conversar sobre um tema de interesse comum, compartilhando um senso de pertencimento que fomenta a troca de informações.

Venturini trabalha há anos nessa área e fala com propriedade sobre esses grupos digitais. Ele recebeu a reportagem do #Trendings para uma conversa onde listou 7 dicas importantes para a gestão de comunidades digitais. Confira:

1. Defina o público-alvo

Antes de criar uma comunidade digital, é essencial compreender quem são os membros que você deseja atrair. Isso vai além de apenas saber a faixa etária e o gênero. É preciso conhecer motivações, interesses, desafios e aspirações relacionadas ao tema da comunidade e sua afinidade com o produto ou marca.

Como se trata de um ambiente destinado a aficionados por um mesmo tema, as comunidade digitais são democráticas e abertas a pessoas de todas as idades. Portanto, num grupo sobre games não é raro pré-adolescentes conversarem com adultos.

2. Escolha a plataforma

A escolha da plataforma é feita em função do público-alvo. Pode ser rede social como TikTok, Instagram e Facebook e plataformas como o Twitch e YouTube, entre outras. Também entram na lista fóruns alocados sites especializados e aplicativos de conversa como o WhatsApp. É importante escolher a que melhor se alinha com os objetivos da comunidade. O Twitch, por exemplo, é o paraíso dos gamers.

3. Use a linguagem adequada

A linguagem utilizada na comunidade deve ser autêntica, acessível e relevante para os membros. Isso envolve adaptar o tom, o estilo de escrita e até mesmo o uso de memes ou gírias que ressoem com o público-alvo. Por exemplo, se a comunidade é formada por jovens entusiastas de tecnologia, uma linguagem mais descontraída e que faça referências à cultura pop pode ser mais eficaz do que uma abordagem formal.

Venturini explica que a linguagem está diretamente relacionada ao sentimento de pertencimento a um determinado grupo. Isso pode se traduzir em um moderador que fala grosso, dá bronca e diz palavrão dentro de um contexto que faz sentido para os usuários.

4. Observe e adapte-se às necessidades da comunidade

As comunidades digitais são orgânicas e estão sempre evoluindo. Como os grupos são vívidos, obviamente vão surgir pautas levantadas por alguém e vale incentivar a conversa para abrir um novo canal de diálogo entre as pessoas e observar o que elas comentam.

A partir disso podem surgir insights para a melhoria de serviços e produtos e até ideias para novos lançamentos. A observação constante também permite identificar se há algum problema no grupo quando muitas pessoas começam a sair da comunidade.

5. Identifique embaixadores da marca

É natural surgirem membros que se destacam por sua participação ativa, influência e contribuição positiva para o ambiente e que naturalmente são outorgados pelos membros. Identificar esses “notáveis” e trabalhar com eles pode gerar embaixadores da marca engajados e entusiasmados em promover a comunidade e seus valores.

Segundo o especialista, um erro que as marcas ainda cometem é escalar pessoas famosas para entrarem na comunidade ou fazerem campanhas, mas que não têm relação com o produto ou a marca. Vale mais a pena contar com o membro que se destacou e foi escolhido organicamente como líder, do que contratar um embaixador.

6. Monitorar e responder rapidamente

As comunidades precisam de mediação, que não necessariamente é feita por quem as criou. Um cientista que funda um grupo de discussão sobre genoma pode designar o monitoramento das conversas a quem foi escolhido organicamente como líder. Já as comunidades de empresas têm um teor diferente e pedem uma moderação constante, ativa e ágil.

O monitoramento não serve apenas para manter o nível das conversas e resolver conflitos. Também ajuda a identificar oportunidades, problemas e tendências emergentes, servindo de inspiração para ações da marca. Ferramentas de análise de dados e métricas de engajamento podem oferecer insights valiosos sobre o comportamento dos membros e o desempenho da comunidade.

7. Promover encontros

Apesar de serem comunidades digitais, a interação presencial é muito valorizada pelos membros. Organizar eventos, encontros ou workshops permite que as pessoas se encontrem e compartilhem experiências e fortaleçam os laços de comunidade. Também proporcionam networking, aprendizado e engajamento.

A ideia não é reunir toda a comunidade, mas parte dela, especialmente porque nem todas as pessoas vivem na mesma cidade. Em casos como esse, o encontro pode ser híbrido, com transmissão ao vivo para quem não pode comparecer presencialmente.

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Roberta De Lucca

Jornalista colaboradora do Trendings.

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