Na certa você já deve ter ouvido falar em softwares colaborativos que ajudam a gerenciar projetos e pessoas, tornando os processos mais fluidos e produtivos. Baseados em métodos ágeis, elas são ferramentas cada vez mais importantes no dia a dia das organizações e suas aplicações possuem inúmeras vantagens — não se restringindo apenas aos ambientes corporativos ou empreendedores (sim, elas são ótimas também para os estudos e até para atividades corriqueiras e domésticas!).
“Kanban, Scrum, Lean e até o Design Thinking são bem conhecidas e famosas há anos, mas existem muitas outras”, explica o professor Leonardo Miranda, especialista em facilitação de aprendizagem e metodologias ágeis da ESPM. “Melhor falar em metodologias emergentes e colaborativas, pois sua importância está cada vez mais centrada no ser humano, no profissional, no trabalhador e não mais focada em orçamentos, em infraestrutura, em metas”, avalia. “Esses pontos fazem parte, claro, da rotina de qualquer empresa, mas o principal é que os envolvidos no trabalho saibam o que estão fazendo”, acrescenta.
Não existe ferramenta “melhor”: tudo depende do que se busca. O Scrum, por exemplo, tem como alguns de seus pilares a transparência, a adaptação e a inspeção. E como isso se traduz para o dia a dia? Transparência no board de trabalho, que fica exposto e não é preciso, por exemplo, ficar cobrando o funcionário. Isso faz com que todo o time naturalmente saiba de cada uma das tarefas a serem cumpridas — e por quem — para que a entrega sejam realizadas com qualidade e prazo estabelecidos.
Além disso, existem reuniões diárias (e rápidas) – as famosas daily meetings – para verificar o andamento e corrigir os rumos, se necessário. Por ser um trabalho de time, tudo é muito “mais exposto” — o que facilita muito a gestão, bastante compartilhada. Todos possuem muita autonomia, mas também têm muita responsabilidade e disciplina.
Por outro lado, existem várias métricas para avaliar o trabalho. As decisões são tomadas diariamente e não só quando algo foge do controle. “Em poucas palavras, são ciclos de feedback curtos e melhoria contínua. Os rápidos encontros servem para falar do trabalho e ter mais tempo de ajustar e/ou corrigir os rumos”, explica o professor. “As ferramentas também servem para que as reuniões fiquem curtas, diretas, com apresentações prontas, permitindo que as pessoas tenham tempo de trabalhar efetivamente no que precisam, com os gestores mais focados em estratégias e com economia de tempo e de dinheiro”, acrescenta.
1. Aprimoração e aceleração dos processos
Os feedbacks em prazos bem curtos, característicos das metodologias ágeis, ajudam a acelerar ainda mais a tomada de decisões, sempre mais assertivas ao fazer adaptações aos modelos de negócio — e a cada semana, por exemplo. “As metodologias ágeis permitem testar hipóteses, adaptar esses ciclos e ver o que faz mais sentido”, acrescenta.
2. Entregas rápidas
Esses modelos inovadores são as principais ferramentas utilizadas pelas startups, pois requerem a agilidade para atender ao comportamento do consumidor/usuário, justamente por oferecerem entrega rápida em ciclos curtos, sendo que, em cada um deles, busca-se a melhoria contínua de diferentes funcionalidades da experiência ofertada.
3. Autogestão
Os métodos ágeis também são também grandes facilitadores da autogestão do funcionário e, consequentemente, da liderança: todos sabem o que precisa ser realizado, de modo com que o time ganhe maturidade e autonomia. Como resultado, o ambiente de trabalho se torna motivador, fazendo com que colaboradores sintam que estão colaborando, se aperfeiçoando e inovando — e não apenas cumprindo metas.
4. Senso de propósito
“Muitas organizações exigem muito dos funcionários para uma entrega de qualidade, rápida, complexa e depois não mostram nenhum resultado daquilo que a pessoa fez”, explica. “O negócio é premiado, porém o colaborador só fica sabendo pela TV que a empresa na qual ele atua está envolvida em um projeto tão grande. E ele nem sabe que fez parte disso”, observa. Os métodos ágeis permitem que os funcionários vejam cada etapa do processo e qual a sua contribuição para o todo.
5. Mais qualidade de vida
“As pessoas conseguem ter uma qualidade de vida melhor porque conseguem se organizar melhor, planejar melhor suas entregas, ter mais capacidade para o equilíbrio, de conciliar tarefas profissionais e pessoais”, diz o professor da ESPM.
A orientação do professor é ter contato com as mais conhecidas, antes de eleger qual se encaixa à sua realidade. Conheça as principais:
Porém, Miranda faz um alerta: elas são guias de trabalho, mas nem sempre precisam ser seguidas à risca. Em uma mesma empresa podem existir times que trabalham em contextos diferentes. Então para um time A, a ferramenta do Scrum vai funcionar e para o outro não.
“Não há nada de errado nisso, pois ferramentas distintas podem conviver pacificamente, organicamente, simultaneamente, podendo ser adaptadas e reprogramadas conforme a necessidade no momento do ciclo curto, à realidade, ao contexto cultural, por exemplo, por permitirem que as pessoas e times trabalhem mais motivados e felizes, gerando melhores resultados.”
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