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10 perguntas essenciais para quem sonha em empreender

Jorge Tarquini
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É preciso saber exatamente o que significa ser dono do próprio nariz antes de se tornar um empreendedor. É o que nos mostra Leticia Menegon, coordenadora da incubadora de negócios da ESPM   

Muita gente olha para quem já empreendeu com a sensação de que “tudo deu certo” – ou que o caminho foi suave. Vulgo “ver as cachaças que eu tomo, mas não os tombos que eu levo”. E, ato contínuo, resolve empreender, enxergando o copo meio cheio. Nada contra ser otimista ou positivo. O problema é que, no mundo dos negócios, é preciso, sim, se preocupar com a metade meio vazia…

Pensando nisso, sem querer ser um banho de água fria (mas apenas um porto seguro para colocar os pés no chão), preparamos 10 perguntas básicas para afinar as expectativas de futuros empreendedores – e trazemos respostas de Leticia Menegon, coordenadora da incubadora de negócios da ESPM.

1. Empreendedores realmente não têm chefe?

“Não é verdade”, é a resposta taxativa de Leticia Menegon. A maioria dos empreendedores obtém investimento financeiro em troca da venda de uma parte de seu negócio (o que é óbvio que vai gerar cobranças dos investidores – que podem ser até piores do que chefes…). Além disso, quem tem clientes também tem chefes, no plural.

2. Criar seu próprio negócio garante mais qualidade de vida?

Quem espera uma vida “mais tranquila” ao empreender precisa repensar suas expectativas: “ser empregado é muito mais fácil”, aponta Menegon. Afinal, tocar uma empresa significa problemas em esquema “non-stop”: 7 dias por semana, 24 horas por dia. Principalmente no início do negócio, quando basicamente tudo dependerá de você.

3. Marketing bem feito resolve 99% dos problemas?

Não se iluda… “Não é bem assim.” O Marketing bem-feito dá conta de prever muitas coisas e de evitar riscos e aproveitar oportunidades, mas não dá conta de tudo. Muitas vezes, a capacidade de improvisar diante de situações inusitadas pode fazer tudo retornar aos trilhos do que foi planejado.

4. É fácil conquistar clientes, se eu oferecer algo melhor do que a concorrência?

Ter um produto ou serviço melhor é apenas parte da tarefa. “Convencer uma pessoa a deixar uma os produtos ou serviços de uma empresa já conhecida é difícil para quem está começando e ainda não tem uma reputação.” Por isso, prepare-se para, muitas vezes, demorar de 6 meses a um ano para conseguir uma clientela significativa.

5. Uma incubadora pode aumentar minhas chances de sucesso?

A resposta é sim! “Isso porque você vai ter um acompanhamento de pessoas mais experientes.” Mas não se iluda: isso não significa garantia de sucesso: lembre-se de que sempre há fatores incontroláveis no ambiente de negócios.

6. Devo me apoiar nos meus dons empreendedores ou é sempre preciso aprender?

Talvez quem tem o “dom” se sinta mais confortável no processo – mas isso não significa que se saia melhor. “Conheci várias pessoas que empreenderam e quebraram, quebraram, quebraram… Na terceira ou quarta vez, depois de tanto tomar porrada, conseguiram entender onde estavam errando.” Ou seja: o aprendizado é contínuo – e é preciso lapidar as pedras brutas.

7. Existe uma idade limite para criar uma startup?

“Não!”, afirma categórica. E os números confirmam: muitos estudos apontam que a idade média dos empreendedores é de 40 anos. Ou seja: assim como vamos encontrar pessoas com 20 e poucos anos, vamos encontrar outros tantos até acima dos 40.

8. Ter uma grande ideia é o mais importante para empreender?

“Grandes ideias transformam o mundo, mas são raras”, sentencia Menegon. “Se você fizer com excelência o que seu concorrente está fazendo, já vai sair ganhando – e pode ser que seu empreendedorismo dê muito certo.” Isso, porém, não exclui a inovação – como o exemplo do Spoleto, que inovou no processo, criando a experiência do “fazer a comida” para o cliente, experimentando se isso seria o bastante para conquistá-lo.

9. Brainstorming é o caminho para boas ideias?

E a resposta é… não! Sem olhar para o que as pessoas realmente esperam, desejam ou necessitam, pode-se até criar algo interessante – mas que não será de real valor para o cliente, que resolva a sua “dor”. “As grandes ideias surgem das péssimas experiências das pessoas”, lembra Menegon. “Essas experiências podem fazer com que a gente tenha ideias. Talvez a primeira não seja a melhor, mas vamos aperfeiçoando até se tornar algo bacana.”

10. Todo empreendedor fica rico?

Na verdade, isso dificilmente acontece. “Poucos ficam [ricos], muitos ficam em uma média e uma outra parte quebra”, afirma a coordenadora da incubadora da ESPM. “Eu diria assim, se fosse para pensar em um percentual, uns 25% quebram, 74% dos que passam pela incubadora ficam em uma média legal – e 1% milionário.”

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Jorge Tarquini

Curador do #Trendings.

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