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Do terno ao chinelo: a evolução do dress code empresarial

Patrícia Rodrigues
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Parte de políticas de inclusão mais diversas, a roupa de trabalho, agora mais casual e confortável, é uma forma de expressão de identidade que contribui para o bem-estar nesses ambientes

O dress code empresarial está muito mais flexível do que há 15 anos. É claro que, em algumas companhias, ainda é comum o uso de ternos, por exigência do cargo (expressão de poder, por exemplo) ou por ser comum em determinados segmentos, enquanto existem outras onde o funcionário pode se apresentar de chinelos.

Para Lorena Borja, professora da ESPM e especializada em tendências, desenvolvimento de produtos e branding para indústrias criativas, o movimento de tornar a vestimenta de trabalho mais casual está atrelado à necessidade de se criar um bem-estar dentro desses ambientes. “Empresas que ainda não dão essa abertura, especialmente em relação às diferenças climáticas de um país como o nosso, precisam entender de que modo isso também reflete na imagem ela quer passar”, acrescenta.

As companhias estão atentas de como e do quanto a roupa influencia na saúde mental e emocional do funcionário, já que ela faz parte de um conjunto maior de diferentes políticas.  “O dress code também vai além das relações pessoais e está diretamente ligado à forma de se expressar nesses espaços”, observa a especialista.

O modelo que um funcionário escolhe para ir ao trabalho também mostra o quanto ele está mais confortável, mais acolhido, mais visto e ouvido. “Ele sente que pode ter sua identidade, mesmo dentro desse mundo corporativo. Também passa pela questão de inclusão, especialmente porque o trabalho ocupa muitas horas das pessoas.”

O que mudou no dress code nos últimos anos

  • Hoje, o estilo não é só roupa, mas os adornos, a armação dos óculos, o piercing e a tatuagem
  • Uso de sapatos mais baixos para as mulheres
  • Tênis e sapatênis
  • Camisa polo
  • Camiseta
  • Combinação de itens casuais com outros mais formais no mesmo look (mulheres de calça jeans + camisa/ terninho com tênis/ saia com tênis)
  • High-low = mistura de uma peça cara (de design ou tecido nobre) com item muito casual que promove conforto
  • Uso de tecidos tecnológicos (mais fáceis de lavar, de limpar e de manter, sem necessidade de passar)
  • Tecidos sintéticos com aspecto natural
  • Conforto como atributo, com peças que permitam movimento
  • Roupas mais práticas, que durem mais

Pandemia acelerou flexibilização

Mesmo que algumas empresas já flexibilizassem seu dress code em alguns dias da semana, com “devidos cuidados”, o modelo de trabalho remoto ou híbrido pós-pandemia de covid-19 estabeleceu novos parâmetros para a vestimenta. “Foi um acelerador para mais informalização do guarda-roupa”, acrescenta Lorena. “Houve também uma queda na venda de tecidos de base sintética, muito utilizados na confecção de uniformes e peças para baladas, que não faziam sentido naquele momento.”

Com isso, as pessoas experimentaram o conforto da malharia e de muitos modelos até então nunca usados nesse ambiente. Voltar para uma realidade anterior passou a ser sinal de retrocesso e perda de conquistas, pois a fronteira entre ‘roupa de trabalhar’ e ‘roupa de ficar em casa’ já havia sido rompida. “Muitas já não abrem mais mão de usar tecidos naturais, outros muito mais confortáveis ou peças com modelagens mais amplas. E não é mais só para ir ao escritório, mas o de se vestir de um modo geral, não importa a ocasião”, analisa a especialista.

O que vale é a cultura

Por outro lado, mesmo com essa maior liberdade, resultado de ambiente mais diverso (com possibilidade de ir de um extremo ao outro), é preciso ainda manter alguns códigos para colocar limites estéticos e que sejam bons para convivência de todos.

A cultura de vestimenta de uma organização normalmente não precisa ser “ensinada”, pois é percebida visualmente pelo funcionário. “É mais fácil você tratar a exceção do que elaborar regras, tomando medidas que possam ser interpretadas como forma de opressão”, alerta.  “No fundo, proibir algumas expressões no dress code está mais relacionado a outras políticas internas, e é algo que hoje soa como desatualizado.”

Look do dia a dia

O jeans e as camisetas, por exemplo, já estão naturalmente incorporados ao dia a dia — algo impensável há alguns anos, especialmente em alguns setores. “Hoje existe a moda que fica entre o casual e o formal”, avalia a professora. Na prática, para trabalhar é possível usar elementos de moda, associados a cortes mais clássicos e tecidos mais nobres, além das peças mais básicas, sem tantos detalhes.

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Patrícia Rodrigues

Jornalista colaboradora do Trendings.

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