fbpx
LOADING

Digite para procurar

Estilos de liderança: conheça o conceito de liderança a pino

Gilberto Cavicchioli
Compartilhar

Saiba o que uma posição astronômica tem a ver com o papel de comando para liderar equipes e negócios 

O tema “estilos de liderança” tem sido a “cereja do bolo” nos fóruns sobre gestão de pessoas – pelo grande interesse que desperta. E frequentemente surgem novas questões: ainda existem segredos a desvendar, como medir a capacidade do líder de conquistar a credibilidade e engajamento ou como ele pode atuar para promover melhorias no ambiente de trabalho e no clima organizacional?

Fato é que as pessoas envolvidas na melhoria de desempenho e dos resultados nas empresas e nos negócios querem conhecer as novas abordagens sobre maneiras de liderar que avancem além da eficácia convencional. As competências de um líder hoje, por exemplo, demandam grandeza, realização, execução apaixonada e contribuição significativa.

Foi pensando nisso que criamos essa metáfora da liderança a pino, alusão à posição astronômica peculiar alcançada pelo sol no ponto mais alto sobre nossas cabeças – perpendicular, em destaque no céu – e o líder na sua trajetória e posição de apogeu. Existe até um termo para designar esse lugar: zênite, palavra de origem árabe. Ou seja: o popular “a pino”.

Mais do que a foto de um líder no auge, o que interessa é o filme que mostra sua trajetória até esse ponto. Por isso, o que mais vale analisar é o desenvolvimento de competências que levam uma pessoa à condição de líder de uma organização, de uma equipe, de um projeto ou mesmo de uma reunião eventual que precisa ser sintética e objetiva. Em cada uma dessas situações, a condição ideal é a do “líder a pino”, ou seja, exercendo na plenitude a condição de condutor do processo.

A escalada ascendente

Mantendo a figuração astronômica, vale lembrar que, em contraste com a trajetória do Sol, que diariamente alcança em poucas horas a posição mais alta no céu, a escalada ascendente de uma liderança consiste em processo bem mais demorado, sujeito a idas e vindas – e tem o objetivo de estabilizar-se no ponto máximo, em vez de rumar para o poente, como faz o astro.

A velocidade de subida até o cume e o tempo de permanência nessa condição dependem claramente do quão sustentável, sólida e consistente for a formação do líder, do seu grau de experiência, de suas habilidades de relacionamento. E, claro, também de fatores externos como a cultura da organização, o momento do mercado e outras variáveis não controláveis.

O prazo de semanas, meses, anos ou décadas talvez sejam necessários para o candidato se habilitar a reunir as competências da posição elevada de liderança. Se pretende irradiar energia, alegria, vitalidade e comprometimento, como o Sol irradia luz e calor, o interessado deve consolidar sua própria consistência, armazenar combustível e sentir-se seguro a ponto de transbordar essa segurança aos que o seguem e seguirão.

Como o objetivo aqui é a formação do líder motivador, inspirador e criador, em oposição ao tirano que verte infelicidade e almeja apenas proposições egoístas, vamos listar oito comportamentos, qualidades e competências essenciais para uma trajetória na direção ao topo:

Generosidade, pois gosta de ensinar o que sabe e demonstra interesse genuíno em ver as pessoas crescerem na vida;

Coerência, pois age eticamente, conforme o que diz, e, quando necessário, “põe a mão na massa”, dando o exemplo;

Criatividade, pois é naturalmente inovador e desperta nos liderados a vontade de encontrar soluções originais;

Inspiração, pois exibe a aplicação de valores como honestidade, disciplina, justiça e humildade;

Envolvimento, pois busca desenvolver a equipe de maneira que seus integrantes se sintam, além de seguros, coautores da obra em construção;

Determinação, pois não é fácil identificar e arregimentar seus próprios mentores e extrair do contato com eles o sumo do conhecimento;

Entusiasmo, pois é preciso motivar e, até mesmo ao aplicar correções de rota, ter modéstia e senso de humor para reconhecer eventuais perdas de controle;

Foco, pois não se chega a lugar nenhum se não há um alvo a ser alcançado.

O longo desenvolvimento até o cume

Ser um líder é, ao mesmo tempo, uma condição necessária a todos, mas não necessariamente a ser praticada permanentemente. Há muita gente bastante feliz no exercício de responsabilidades individuais, e isso precisa ser respeitado como uma decisão de carreira tão válida quanto qualquer outra. Mas mesmo esses precisam saber que a vida há de colocá-los, em muitos momentos, em situações nas quais terão de liderar, ainda que temporariamente. Por isso, o conhecimento e desenvolvimento de certas habilidades só fará preparar qualquer um para situações como essa, ainda que inesperadas ou indesejadas.

Na outra ponta, os que ambicionam a condição de liderança, com a legitimidade de um projeto, devem fazer desse conjunto de características o diário de sua rotina. Disciplina, comunicabilidade, tenacidade, empatia e otimismo são fundamentais nessa trajetória na direção da liderança solar. Arrogância, egoísmo, mágoas, preconceitos, prejulgamentos e desprezo levam, contrariamente, à criação de uma liderança soturna, destrutiva.

E um dos segredos da difícil permanência no auge, e tão raramente atingido, é, sem dúvida, a capacidade de reconhecer as próprias vulnerabilidades, para formar equipes que contribuam até mesmo para superá-las.

Como o Sol, a liderança a pino é solidária e democrática.

7 desafios para manter-se “a pino”

  • Ter um constante e dinâmico propósito na vida;
  • Mostrar disposição para escutar as pessoas com empatia;
  • Cultivar a capacidade de atrair talentos para qualquer função;
  • Revelar ânimo, inspirar e motivar pessoas;
  • Brilhar a cada momento na dose certa e com o conteúdo adequado ao instante;
  • Administrar e enxergar erros e conflitos como oportunidades de aperfeiçoamento;
  • Catalisar comprometimento e engajamento junto às equipes.

A liderança a pino é a oportunidade de o líder ser autêntico, coerente e leal com seus valores fundamentais.

Assim como o Sol derrama efeitos positivos sobre o planeta, o papel dos líderes nas organizações pode ser igualmente iluminador. Uma forma de garantir o desenvolvimento, a postura de regulação e o direcionamento de ações na direção da prosperidade e da evolução das pessoas.

A liderança a pino não se afasta nunca desse papel que brilha e faz brilhar, com o objetivo maior de “criar boa vontade nas pessoas”, para que realizem coisas que aos olhos de si mesmas pareceriam inalcançáveis.

Quer ver mais conteúdos sobre tecnologia, negócios e comunicação?

Tags:
Gilberto Cavicchioli

Gilberto Cavicchioli, é consultor de empresas, é professor na pós-graduação e MBA da ESPM e em grandes Escolas de Negócios do Brasil. Dirige a Cavicchioli Treinamentos.

Deixe um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *