Negócios

Realidades alternativas e inteligência artificial: consultoria aponta os riscos digitais para empresas

Relatório anual da BITES também alerta sobre perigos como a “facebookização do Instagram” e o posicionamento oportunista de marcas. Veja a lista completa e entenda esses riscos

A construção de realidades alternativas que podem influenciar na implementação de políticas públicas e a tentação das companhias de utilizar cada vez mais recursos de IA são alguns dos maiores riscos para as empresas este ano. É o que apontou a consultoria BITES na edição 2019 de seu relatório de riscos digitais. O documento foi criado para auxiliar executivos em suas decisões estratégicas.

Confira a seguir os sete riscos apontados pela consultoria e veja como esses obstáculos podem atrapalhar o crescimento das empresas:

Construção de Realidades Alternativas

De acordo com a BITES, com o uso intenso das redes sociais, a sociedade brasileira testemunhará a construção de realidades alternativas (informações baseadas em mentiras). Com isso, há alto risco de políticas públicas serem implementadas sem a sustentação em fatos. Um exemplo citado no relatório é a saída do Brasil do Pacto Global de Migração da ONU. Para a consultoria, essa ação é resultado de uma mentira de que a soberania nacional estaria comprometida.

Tentação da Inteligência Artificial

A tentação das companhias de utilizarem cada vez mais recursos de IA produzirá “ruídos” e “sérios problemas legais”, segundo a BITES. “Veremos este ano sistemas de Inteligência Artificial com vieses preconceituosos, aumento do gap entre países desenvolvidos e aqueles em processo de desenvolvimento, e infraestrutura capenga para suportar a alta demanda por processamento de dados”, diz o relatório.

Facebookização do Instagram

A consultoria prevê que a atmosfera de ódios extremados e polarizações que hoje vemos no Facebook contaminará o Instagram em 2019. “Marcas que continuam centrando sua estratégia de comunicação na rede social lúdica e charmosinha, entendendo dispor ali de um ambiente para ações com foco em públicos de nicho, enfrentarão dificuldades e serão obrigadas a conter ruídos desagradáveis”.

Posicionamento Oportunista de Marcas

As empresas enfrentarão reações ao tentar surfar ondas politicamente corretas ativadas por pautas identitárias. “Na hipótese desse posicionamento não ser entendido como consistente e coerente com o histórico da companhia, críticas ferozes advirão de ativistas, tanto à direita quanto à esquerda”, alerta a BITES. Por isso, as empresas precisam se atentar que um propósito de marca deve ser enraizado na forma como a organização faz negócios e não apenas em uma estratégia de marketing. “É fundamental iniciar as mudanças internamente, na forma como a organização desenvolve seus negócios, para só num segundo momento incorporar o posicionamento em sua comunicação”.

Infraestrutura de Banda Larga Trava a Aceleração da Economia

De acordo com dados apresentados no relatório da BITES, apenas 44,3% dos domicílios brasileiros têm banda larga e em apenas 24,8% deles o acesso ocorre em velocidade superior a 34Mbps. Para a consultoria, essa infraestrutura deficitária das redes de internet trava a aceleração da economia no Brasil. “Esse atraso em termos de infraestrutura compromete o desenvolvimento e preocupa a todos: atrasa a disponibilidade de serviços públicos via internet, o avanço de novos negócios, de talentos e de habilidades para lidar com novas tecnologias”.

Limbo da Proteção de Dados

Com novas legislações, como a Lei Geral de Proteção de Dados, as empresas precisarão gastar muito dinheiro para proteger dados de seus usuários. De acordo com a BITES, isso poderá resultar em um investimento menor em inovação. “Enquanto as autoridades de proteção de dados não consolidam jurisprudência ou nem sequer chegam a ser estabelecidas, como no caso do Brasil, as empresas precisam suspender avanços nos negócios para não arriscarem que práticas antes consideradas padrão passem a ser vistas como violadoras”.

Governo via Twitter

Assim como Donald Trump, o governo Bolsonaro tem como marca sua forte presença nas redes sociais. Dos 22 ministros do governo, 15 foram anunciados pelo Twitter, o que torna o Diário Oficial um “veículo meramente pró-forma” na avaliação da BITES. O grande problema é que ações do governo nas redes sociais podem gerar instabilidade política e econômica no mundo real. Um exemplo é a crise no Twitter que causou a demissão de Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Redação Trendings

Produzido pelo Núcleo de Conteúdo da ESPM.

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