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Disruptivo hoje não quer dizer nada

Jorge Tarquini
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O uso do termo virou carne de vaca – e tem muita gente confundindo tudo e jogando o bebê junto com a água do banho… 

Disrupção se tornou a nova panaceia de quem precisa de um mantra para chamar de seu: trata qualquer dor, resolve qualquer problema e elimina todos os males. Empresas, pessoas, profissionais, tecnologias e até filmes e livros precisam ser disruptivos.

Claro que reavaliar, rever e (se for o caso) mudar em 180o a maneira como fazemos as coisas e vemos o mundo (ah, sim, há um termo moderninho para isso também: “mudar o mindset”) é algo que precisamos fazer constantemente. Mas o que a maioria das pessoas não entende é que desconstruir algo sem colocar nada no lugar não é disrupção, mas simples destruição.

E esse movimento significa que NADA do que veio antes tem qualquer valor. Seria como pensar numa roda quadrada, uma vez que a redonda não é “disruptiva”… A roda é redonda desde sua invenção. Disruptivas são as novas aplicações – e não a roda propriamente dita.

O que me irrita nessa sede absurda pela disrupção é a falta de foco. O que realmente precisa ser rompido (disruptivo é o que rompe)? Pensar em atendimento a distância de pacientes, via internet, é disruptivo, pois elimina a necessidade de o paciente ter de se deslocar até um consultório para conversar com seu médico. Porém, a maneira como o médico realiza a consulta não muda por causa disso.

Em nome da tal disrupção, tem gente jogando para escanteio tudo o que se sabe sobre algo, para criar algo totalmente novo. Tolice… Nem tudo é (ou precisa ser) disruptivo. Resolver um problema de processo, de produção, de fluxo de trabalho não é disrupção: trata-se de um processo cotidiano, que garante perenidade, sequência. Disrupção, lembre-se, significa romper. Aí, entram em cena dois conceitos que confundimos sem perceber: criatividade de imaginação.

Leonardo da Vinci imaginou (e desenhou) o helicóptero, o planador e engrenagens para mergulho submarino. Mas ele não criou nenhuma dessas invenções disruptivas…

Portanto, não confunda aprimoramentos com disrupção. Como disse: a roda já foi inventada.

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Jorge Tarquini

Curador do #Trendings.

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