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Por que aprender empreendedorismo

Jorge Tarquini
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Presente na grade de cursos diversos, como Jornalismo ou Engenharia, ele já é disciplina no ensino fundamental e médio de escolas de ponta – mas todas, principalmente as públicas, deveriam ensiná-lo também

Quando começaram a pipocar faculdades com disciplinas de Empreendedorismo, houve um certo torcer de narizes para a novidade. Afinal, o que faz um tema tão ligado ao universo e ao pensamento econômico liberal em um curso superior? Qual o sentido de obrigar futuros jornalistas, médicos ou engenheiros a “perder tempo” com “isso” – quando deveríamos estar mais preocupados em “formar” jornalistas, médicos e engenheiros?

Surpresa não muito menor (e torcer de narizes idem) aconteceu quando escolas “de elite” de ensino médio e até fundamental adotaram a tal disciplina em suas grades. E, mais uma vez, a novidade foi vista como uma invasão liberal e uma aberração por muitos.

Antes de mais nada, podemos até marcar um café (quando passar a pandemia, claro) e debater a questão do liberalismo econômico. Mas, na educação, lamento informar, enxergo como algo hoje tão básico quanto aprender programação, linguagem de informática, Excel e a entender o que é database. Explico.

Para começo de conversa, jornalistas, médicos e engenheiros, para quem não sabe, se enquadram na categoria de profissionais liberais (aqueles que podem exercer sua profissão de modo autônomo ou vinculado a uma empresa, como funcionário). E a lista é longa: enfermeiros, arquitetos, dentistas, consultores… Ou seja: se é para formar esses profissionais, melhor eles saberem como trabalhar fora do modo “empregado” – para ter essa opção.

Continuando a conversa: o mundo do emprego, gostemos ou não, concordemos ou não, está em franca transformação. Vemos todos os dias surgirem novos modelos de negócios que dispensam contratações (o que é impulsionado, ainda, por mudanças nas legislações trabalhistas mundo afora). Podemos, novamente, marcar um café para discutir se somos a favor ou contra. Mas estou aqui apenas descrevendo o que os fatos apresentam. Ou você não percebeu que a maior empresa de transporte urbano do mundo não tem sequer um motorista contratado ou um carro em seu nome? Uma tal de Uber… Ou outra, que é a maior rede de hospedagem do mundo e não possui nenhum imóvel – bem como zero concierges, carregadores, arrumadeiras…

E, mesmo que o jornalista, o médico ou o engenheiro tenha a sorte de conseguir um bom emprego, foi-se o tempo em que se contratavam “tarefeiros”: alguém decidia, planejava e delegava a execução. Hoje, empresas querem empreendedores, profissionais capazes de enxergar oportunidades, planejar e executar e conduzir novas ideias, produtos e serviços – cada vez mais antenados com novos tempos, novos modelos de negócios e novas necessidades de seus públicos. E isso, lamento informar, vem de uma formação tão sólida quanto a de saber ser um jornalista, um médico ou um engenheiro.

Portanto, é hora de acabar o torcer de narizes e começar a trabalhar (exigir?) que, quanto antes, TODAS as escolas (públicas e privadas), de TODOS OS NÍVEIS (do fundamental ao superior) tenham empreendedorismo nas suas grades. É por aí que vamos garantir oportunidades iguais a todos num futuro cada vez menos previsível – e no qual provavelmente cada um terá de “inventar” o seu próprio trabalho.

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Jorge Tarquini

Curador do #Trendings.

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