A criatividade é uma das soft skills mais demandadas pelas empresas na atualidade e deverá ganhar ainda mais protagonismo no futuro. Mas o que significa ser criativo e como os recrutadores avaliam essa habilidade durante um processo seletivo? Essas e outras questões sobre a criatividade no trabalho foram exploradas no episódio #14 do Lifelong Cast, podcast da ESPM sobre o futuro do trabalho e dos negócios.
O programa contou com a participação de Leonardo Berto, gerente da empresa de recrutamento Robert Half, e Thiago Gringon, coordenador da Pós-Graduação Certificate em Criatividade, Experiências & Comunidades da ESPM. Confira alguns destaques dessa conversa:
Na opinião de Thiago, a criatividade é muito mais do que uma habilidade. Para ele, trata-se de um conceito que diz respeito à forma como uma pessoa percebe e interage com o ambiente no qual está inserida. “Uma pessoa criativa é uma pessoa diferente, é ser alguém que consegue perceber o mundo por outras nuances, por outros desdobramentos, a partir de pontos de vista não necessariamente óbvios”, explica.
“Todo mundo é uma pessoa criadora, todo mundo pode criar aquilo que quer criar. Mas, ao longo da vida, todas as experiências que eu enfrento, que eu vivencio vão fazer com que eu reflita sobre o meu repertório, sobre como eu estou percebendo, compreendendo e me expressando no mundo, vai fazer com que os meus paradigmas sejam reconfigurados. Tudo isso vai me ajudando cada vez mais a me tornar uma pessoa mais criativa. É algo que a gente adquire ao longo da nossa interação com o mundo”, acrescenta.
No contexto empresarial, a criatividade é vista como uma habilidade. “A criatividade é uma competência, a gente coloca ela, em vários aspectos, como uma competência técnica, mas, para muitas empresas, ela é avaliada como uma competência comportamental. É o profissional que tem a capacidade de criar, de desenvolver”, diz Leonardo. “A criatividade está presente em todos os aspectos. No seu sentido literal ou no sentido mais operacional de pensar em soluções alternativas”, completa.
De acordo com os profissionais, diante de um cenário marcado por transformações tecnológicas, automatização de tarefas e pelo uso de ferramentas de inteligência artificial, ser uma pessoa criativa é um grande diferencial. “As empresas [com profissionais criativos] possuem uma vantagem competitiva – seja no preço, no produto, no atendimento ao cliente”, contextualiza Leonardo. “O diferencial competitivo das empresas continua sendo as pessoas – seja pela necessidade de interação humana ou seja pela capacidade de resolver problemas de maneira criativa.”
“A criatividade começa a ser muito importante, porque, hoje, as grandes corporações como um todo – mesmo as pequenas e médias – têm um sistema integrado. Então, quando a gente fala de criatividade, eu estou buscando justamente as alternativas que ainda não foram encontradas. Eu estou buscando o profissional que tem a capacidade de desenvolver, criar e implementar soluções, resolver problemas dentro da minha organização de uma maneira diferente da que eu conheço”, afirma. “Se eu estou resolvendo problemas sempre da mesma maneira, eu estou tendo sempre os mesmos resultados.”
Segundo o gerente da empresa de recrutamento Robert Half, uma das estratégias que os recrutadores utilizam para avaliar se um candidato tem habilidades criativas é por meio da análise de evidências e da apresentação de casos reais. “A gente busca isso através das entrevistas por competências, onde é menos de você me contar o que você já fez e mais de você me dar exemplos concretos do que você já fez”, explica. “Não é diferente de um processo seletivo comum ou da avaliação de outras competências. A questão é o que eu estou buscando dentro daquelas respostas”, finaliza.
Ouça o episódio na íntegra: