Encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um desafio — principalmente em um cenário em que as pessoas estão se tornando reféns da tecnologia e em um momento em que modelos de trabalho considerados “alternativos” estão sendo adotados. A conciliação das atividades profissionais com as pessoais foi tema do episódio #44 do Lifelong Cast, podcast da ESPM sobre o futuro do trabalho e dos negócios.
O programa contou com a participação de Adriana Gomes, coordenadora da área nacional de Carreira e Mercado da ESPM, e Cristiano Amaral, diretor acadêmico da Escola de Comunicação e Artes da ESPM.
Confira alguns destaques dessa conversa:
Segundo os profissionais, separar a vida pessoal da vida profissional é uma missão quase impossível. “Eu acho que, na medida do possível, a gente deveria [separar as duas coisas]. Mas eu não acho que é possível a gente fazer essa separação 100%, porque as emoções que eu tenho na minha vida pessoal, eu não consigo desligar essas emoções quando eu chego no trabalho”, afirma Cristiano.
Apesar do desafio, Adriana e Cristiano explicam que um dos caminhos para encontrar o equilíbrio é exercitar o autoconhecimento, definir metas e respeitar os próprios limites. “A emoção é um pacote só, você não compartimentaliza uma coisa ou outra. Por isso, a gente fala sobre a tal da inteligência emocional, que é o princípio de você ter consciência dos diversos papéis que você tem e administrá-los da melhor maneira possível”, diz Adriana.
“Buscar os seus objetivos definitivamente vai envolver dedicação e esforço. Mas eu acho que o grande desafio é a pessoa conseguir buscar um equilíbrio entre as diversas esferas da sua vida”, completa a coordenadora da área nacional de Carreira e Mercado da ESPM.
De acordo com os especialistas, o excesso de trabalho pode provocar a ocorrência de doenças como o burnout. “Todo mundo se coloca uma pressão enorme para conseguir ter esse tal sucesso, isso gera uma competitividade enorme, as pessoas não descansam nunca, elas estão sempre se sentindo pressionadas”, comenta o diretor acadêmico da Escola de Comunicação e Artes da ESPM.
“Sem dúvida, eu acho que a gente está vivendo um momento de alta exigência, porque a gente tem um mercado com maior dificuldade de encontrar pessoas qualificadas e quem sobra dentro das organizações acaba ficando sobrecarregado”, afirma Adriana. “O excesso de trabalho pode causar uma série de problemas físicos e mentais. Essa falta de descanso, o estresse do dia a dia, vai aumentando a ansiedade, e isso vai desencadeando uma série de consequências na vida das pessoas”, completa a coordenadora.
Segundo Adriana e Cristiano, a falta de conhecimento sobre questões que dizem respeito à saúde mental promove a estigmatização de doenças relacionadas a isso. “Quando se fala de saúde mental, essa é uma questão muito delicada, porque as pessoas não sabem direito diferenciar uma questão de saúde mental de uma má vontade”, diz Adriana.
“Ainda existe gente que acha que isso é frescura, mas não é assim. A coisa não funciona assim. Infelizmente, não é frescura e também não é coisa de quem não tem o que fazer. Depressão, burnout, essas coisas, são problemas sérios. Eu acho que as coisas têm melhorado, mas a gente ainda vê por aí essa dificuldade de entendimento de uma fatia da sociedade sobre saúde mental”, finaliza Cristiano.
Ouça o episódio na íntegra: