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Conheça as diferenças e semelhanças entre as linguagens inclusiva, neutra e acessível

Suzeli Damaceno
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Tema tem ganhado cada vez mais relevância no mundo corporativo. Confira dicas para adequar a comunicação de sua empresa

É muito interessante e importante acompanharmos o surgimento e o crescimento de movimentos sociais com o objetivo de trazer luz para assuntos delicados e necessários para a evolução de nossa sociedade.  

Precisamos debatê-los com muita seriedade e empatia para evoluirmos, especialmente por tratarem de questões que envolvem pessoas, valores, preconceitos, sexismo, racismo, capacitismo, homofobia, entre outras. 

Trago neste artigo um tema que tem ganhado cada vez mais escala também no universo corporativo e que tem a ver com tudo isso: o cuidado com a linguagem.  

Nas linhas seguintes dou um panorama geral sobre os tipos de linguagens que estão sendo cada vez mais demandados e que têm grande poder de melhorar a comunicação como um todo. 

O que é linguagem inclusiva?

A linguagem inclusiva é aquela que acolhe e respeita a diversidade, que promove equidade de gênero e habilidades, que proporciona lugar de fala para as pessoas, que estimula o diálogo saudável e não violento. Tem a ver com o modo como usamos nossas palavras e nos expressamos para que ninguém sinta desconforto, mas sim acolhimento. 

O que é linguagem neutra?

Linguagem neutra é aquela que propõe uma modificação estrutural na língua portuguesa para não reforçar o gênero masculino nas palavras que tenham significado de grupo. Dessa forma, mulheres e principalmente pessoas não binárias (que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino) se sentiriam mais acolhidas e incluídas na sociedade.  

O que é linguagem acessível?

Já a linguagem acessível é aquela possível de ser compreendida por qualquer pessoa, independentemente de seu perfil, formação ou habilidades. Estamos falando aqui de pessoas com deficiência, idosas, de baixo letramento, estrangeiras e crianças que estão aprendendo nossa língua, disléxicas e assim por diante. 

Esse tipo de linguagem tem como premissa o uso de palavras simples, conhecidas e frases na ordem direta. Também recomenda que não usemos figuras de linguagem, jargões e estrangeirismos sem as devidas explicações sobre seus significados.  

Qual tipo de linguagem devo adotar?

Como meu propósito é incentivar e facilitar a circulação do conhecimento entre as pessoas, estou sempre atenta às barreiras que impedem ou comprometem a boa comunicação entre elas. Essas barreiras geram ruídos que prejudicam relações, causam estresse, afetam a produtividade e diminuem nosso potencial criativo. E assim que as encontro estudo maneiras de eliminá-las.  

Eu percebi que se tratarmos os três conceitos-chave deste artigo de forma independente, barreiras vão surgir, ou melhor, já estão surgindo aos montes.  

Por isso, minha recomendação é primeiramente se apoiar na essência de cada um desses tipos de linguagem que é a inclusão. Depois, buscarmos a melhor forma de proporcionarmos uma comunicação que seja de fato inclusiva, confortável e compreensível para todo mundo. 

Mas para isso acontecer, é fundamental que estejamos sempre muito conscientes sobre o tipo de comunicação que desejamos estabelecer com as pessoas, se é de fato algo inclusivo ou excludente e unilateral. Empatia deve ser a palavra que nos orientará nesta jornada. 

Esse artigo está escrito seguindo os princípios das linguagens inclusiva, neutra e acessível. Note que só usei recursos que existem na língua portuguesa. Isso exigiu de mim muita atenção e reescritas, o que é parte desse processo recente de reeducação que estamos vivenciando. Mas sempre vale a pena esse esforço, posso garantir! 

Coloco a seguir algumas dicas para você iniciar esse treino: 

  • Não usar “x”, “@” ou outro símbolo para neutralizar gênero de palavras, pois isso não será compreendido por muitas pessoas e será difícil de ser interpretado por softwares leitura de tela e tradutores automático.
  • Reduza ou elimine marcadores de gênero desnecessários usando palavras existentes em nosso idioma. 
  • Prefira palavras simples e conhecidas. 
  • Escreva frases curtas e na ordem direta. 
  • Evite o negativismo e adote uma comunicação mais positiva, pois isso também aproxima as pessoas. 

Se queremos acolher as pessoas e fazer com que elas se sintam à vontade para serem o que são de verdade, é preciso manter acima de tudo o respeito e harmonia na comunicação. 

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Suzeli Damaceno

Suzeli Damaceno é jornalista com especialidade em comunicação acessível e em acessibilidade digital. É consultora, palestrante, professora na ESPM e na MDG Academy, e coordenadora do Movimento Web para Todos.

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