Para que a inovação ocorra, é necessário a participação de diversos agentes. O ecossistema de inovação inclui startups, empresas estabelecidas, investidores, instituições acadêmicas e governamentais.
“Com um objetivo comum, as diferentes partes colaboram para o desenvolvimento e a implementação de novas soluções para desafios reais, trabalhando juntas para impulsionar a inovação”, explica Luís Gustavo Lima, professor de Inovação e Novos Modelos de Negócios da ESPM e CEO da ACE Cortex, consultoria de inovação com atuação em 15 países.
“Dentre mais de 20 setores onde estamos presentes, observamos que os ecossistemas são dinâmicos, possuindo características inerentes a esses ambientes.”
De acordo com o especialista, ecossistemas de inovação são cruciais porque promovem a colaboração e a sinergia, acelerando o ciclo de desenvolvimento e permitindo soluções mais ágeis e eficientes. “Eles têm contribuído para resolver problemas por meio da criação de novas tecnologias, modelos de negócios inovadores e abordagens mais eficazes para desafios sociais”, observa o professor. Entre os exemplos, podemos citar a mobilidade urbana, a sustentabilidade ambiental e as tecnologias educacionais.
Além disso, os ecossistemas de inovação adotam uma estratégia que busca romper com os paradigmas atuais, e precisam identificar e endereçar as tendências que impactam os negócios.
É preciso fazer uma distinção entre inovação e a (simples) oferta de produtos ou serviços. “A primeira sempre envolve a introdução de algo novo ou significativamente aprimorado, seja no produto, processo, modelo de negócios ou experiência do cliente”, esclarece Lima.
Uma prestação de serviços ou oferta de produtos pode ser até ser inovadora. No entanto, o conceito de inovação é muito mais abrangente. “Isso porque busca constantemente melhorias e avanços por meio de uma cultura de aprendizado para criação de novos negócios ou melhoria de eficiência, por exemplo.”
Dentro de um ecossistema de inovação, a colaboração e a segurança psicológica são pilares muito fortes do pensamento inovador. “Nesses ambientes, a cultura precisa ser muito bem trabalhada e construída. Afinal, precisamos incentivar as pessoas a expor suas ideias livremente, sem receio de serem reprimidas”, observa.
Conheça os participantes do ecossistema de inovação, conheça o papel de cada um deles e veja como se relacionam:
Trazem agilidade de mudança ao mercado, apresentando novas soluções, hábitos de consumo, possibilitando novas formas de receita e de eficiência, algo que as grandes corporações possuem dificuldades de solucionar em uma estrutura em escala.
Promovem a cultura de inovação, trabalhando como startups (fomentando uma cultura de mudança, aprendizado para criação de novas soluções) ou com startups (tornam-se parceiros de negócio e até investidores por meio de uma estrutura conhecida por Corporate Venture Capital, ou melhor, um fundo de investimento corporativo focado em startups).
Tanto Venture Capitals (“Capital de Risco” investido em startups ou empresas de porte pequeno ou médio) como Corporate Venture Capitals (“Capital de Risco Corporativo”, investimento em novos negócios, com aporte de grandes empresas, firmando parcerias).
Ambos têm o papel de não só financiar, mas também apoiar o crescimento das startups, oferecendo suporte e mentoria para que essas empresas cresçam.
Sua função é criar políticas que favoreçam o ambiente de inovação para que esses pequenos empreendedores possam crescer.
Contribuem com pesquisa e conhecimento, colaborando com todo os agentes do ecossistema.
O papel cultural talvez seja o mais importante. Sem essa cultura que incentive o aprendizado, dificilmente será possível uma empresa, por exemplo, investir em inovação. Até mesmo uma startup pode ser, muitas vezes, avessa às mudanças.
Criar um ambiente regulatório que promova a inovação.
Facilitar a interação entre os agentes. Os programas de inovação aberta (ou open innovation), que têm abordagem de gestão orientada à colaboração com parceiros externos, possuem esse papel.
Oferecer incentivos fiscais e programas de apoio para diminuir barreiras para o crescimento das startups.
Estratégia que engloba diversos pontos focados no cliente em todas as esferas e jornadas, com a utilização de métricas, entre outros aspectos. A inovação consiste em ter um viés voltado para a solução de problemas reais de todos os stakeholders.